Morte Acidental de um Anarquista traz logo de cara uma experiência diferente ao espectador: Antes do início do espetáculo, o elenco mantém uma conversa com o público, seguindo um Dan Stulbach morte acidental de um anarquistasdos preceitos do autor do texto, Dario Fo. O elenco interage com a platéia em um bate-papo descontraído, contando o porquê o texto foi escolhido, falando um pouco da amizade entre eles e fazendo um resumo do enredo da peça. A ideia dessa conversa preliminar é desmistificar a figura da celebridade e fazer uma ponte com os assuntos abordados na peça, que tem texto baseado em um fato real ocorrido em 1969, onde a polícia suspeitava de um membro do círculo anarquista milanês ter sido cúmplice em atentados terroristas e informou que ele teria se jogado da janela da delegacia.

Escrito em 1970, a Morte Acidental de um Anarquista conquistou o prêmio Nobel de Literatura em 1997. O texto mostra a farsa de um louco, interpretado por Dan Stulbach, cuja doença é interpretar pessoas reais. Por conta disso, ele é detido por falsa identidade pelo Comissário (Fernando Sampaio) e na delegacia ele encontra os responsáveis pela investigação, o Delegado (Henrique Stroeter) e o Secretário de Segurança (Riba Calovich). A impresa aparece para entrevistar os suspeitos e a Jornalista ( Maira Chasseraux) também se envolve na investigação. Todos, menos o Louco, são inspirados em personagens reais.

O Louco engana a todos ao assumir diversas identidades durante a investigação dos fatos e acaba descobrindo a verdade encoberta por todos.

Diante de um elenco de peso, a platéia se envolve com a história que é apresentada de maneira leve e divertida. Dan Stulbach dá um show de interpretação. Fernando Sampaio, ator e palhaço desde 1990, utiliza dessa sua experiência e confere um ar caricato ao seu personagem, com discretas acrobacias e entoações circenses. Outro ponto de destaque é a música e sonoplastia, toda feita ao vivo por Rodrigo Geribello, trazendo mais uma experiência diferente ao público, que se envolve com a forma irreverente que a música é inserida na história.

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A peça Morte Acidental de um Anarquista já foi apresentada no Brasil nos anos 80, sete anos após o regime militar divulgar que o jornalista Vladimir Herzog havia “se enforcado” nas dependências do 2 exército em São Paulo. Montada por Antonio Fagundes, em sua primeira versão brasileira, Morte Acidental de um Anarquista teve a direção de Antonio Abujamra.

A montagem atual é dirigida por Hugo Coelho , que ressalta o quanto a Morte Acidental de um Anarquista ainda é atual, mesmo 45 anos depois de escrita. Diante de um texto brilhante, o diretor afirma que apenas retirou as referências que só faziam sentido para os italianos e a realidade em que viviam nos anos setenta. A história nessa montagem está intacta.

A espectadora Tatiane Miranda, que esteve presente na estreia do espetáculo, deixou sua impressão sobre a peça:
Uma história antiga e ao mesmo tempo muito atual.
Atores excelentes que te fazem rir do começo ao fim. Muito bom, quem puder assista!

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Serviço:
Teatro Porto Seguro
Al. Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elíseos – São Paulo/SP

Temporada: 23 de setembro a 10 de dezembro, quartas e quintas às 21h
Capacidade: 484 lugares
Informações: (11) 3223-2090
Horário de funcionamento da bilheteria: terça a sábado, das 13h às 21h e domingos, das 12h às 19h

Author

Eterna Social Media, sempre conectada. Apaixonada pela natureza, ama os animais, vegan, bailarina, Naturopata e curiosa.

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