Baseado no livro de Christophe Dufossé, o diretor Sébastien Marnier nos traz a história de O Professor Substituto. Após um professor pular da janela e se suicidar em frente a seus alunos, Pierre é contratado como professor substituto de uma sala de superdotados. Ao perceber que um grupo de seis alunos, muito admirados pelos outros professores e diretoria, têm um comportamento estranho ele passa a segui-los para descobrir seus segredos.
O Professor Substituto – O Roteiro
Para aqueles acostumados a assistirem filmes americanos o ritmo deste filme pode parecer estranho. Já para os que estão familiarizados com o cinema francês, há de se esperar o ritmo lento e arrastado usual. Porém isso não é um problema. Inclusive é uma escolha muito importante para que a temática do filme funcione.
Estamos falando de um suspense psicológico, nada melhor do que jogar com o tempo para que a sensação de paranóia se instale. Enquanto o protagonista, e os espectadores aguardam que as coisas aconteçam o terror se instala.
Junto a isso temos a mescla de cenas amadoras e caseiras, trazendo imagens perturbadoras que teriam sido filmadas pelos alunos. Mas que trazem imagens reais de nossa sociedade. Inclusive aqui o filme traz levemente uma crítica a questões ambientais – válido porém não tão bem aproveitado.
O ponto alto desse suspense é que ele não traz o envolvimento das crianças com temas demoníacos ou situações paranormais. Toda a paranóia e suspense, na verdade, é construída em cima do tédio latente da geração millennial. Colocando suas vidas em risco com brincadeiras que testam os limites de cada um, seus comportamentos se assimilam ao de “pessoas possuídas”. Tudo muito real tendo em vista os desafios estilo “baleia azul” com o qual muitos jovens se envolvem.
Outros pontos a observar
Porém, deixemos o roteiro de lado. É muito interessante observar o trabalho de som e trilha sonora feita aqui. Igualmente à fotografia, o som é importantíssimo para a construção de uma narrativa de suspense. E isso é extremamente bem feito. Ainda que as cenas possam parecer arrastadas, a trilha te conduz da maneira correta.
Quanto ao elenco: Laurent Lafitte, no papel principal, nos guia de forma excelente para dentro da sua paranóia e, surpreendentemente, o elenco juvenil impressiona. Ainda que muitos grandes atores comecem jovens, tenho um pé atrás a princípio. Entretanto, Luàna Bajrami (Apolline) conquista o desprezo do espectador com sua arrogância e Victor Bonnel (Dimitri) traz um ar soturno ao grupo.
Confesso que, ainda que ao final o filme traga uma nova energia mais ágil e dramática, no todo a trama acabou se tornando um pouco cansativa. Porém, independente disso, é daquele tipo de thriller que te deixa com um incômodo do início ao fim.
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