Estreou na última quinta-feira, dia 5 de março, a divina comédia da Broadway “Mudança de Hábito” (“Sister Act”), uma produção da Ticket 4 Fun, em parceria com Whoopi Goldberg e Stage Entertainment, no Teatro Renault, em São Paulo.
O filme eternizado por Whoopi Goldberg há 23 anos e conhecido por milhares de brasileiros, afinal de contas a Sessão da Tarde nos presenteia com este filme de tempos em tempos.
O filme e, consequentemente, o musical conta a história de uma cantora de Cassino, Deloris Van Cartier, que namora o dono do local e que por acaso, ao fim de seu turno, acaba presenciando um assassinato cometido por seu então namorado.
Com medo de ser preso, Curtis decide por matar Deloris, que ao contar o ocorrido a policia é colocada sobre proteção por Eddie Souther, agente do FBI. E o local onde Deloris se esconde é onde, com certeza, jamais seria procurada. Trocando suas roupas e estilo pelo hábito comum das freiras já residentes, ela se torna mais uma moradora do convento Saint Katherine e adota um novo nome: Irmã Mary Clarence.
Mas a partir daí com seu jeito nada religioso de ser, Deloris começa a incitar mudanças no convento, fazendo com que o coro habitual de domingo dance e que as freiras se divirtam cantando. Com tudo isso Deloris arruma muitas desavenças com a Madre Superiora que pensa em expulsa-la, as quando tem uma reunião com o reverendo, este diz que por conta da nova forma de cantar o coral tem chamado muita atenção trazendo assim muita gente à igreja.
E é justamente por conta de muito burburinho em torno do convento, que a Irmã Mary Clarence fica em evidência, passando em programas de televisão e assim é rapidamente localizada pelos capangas de Curtis.
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Na segunda-feira, dia 2, estivemos no Teatro Renault para a coletiva de imprensa e onde nos foi apresentado três atos do musical. Em ordem cronológica assistimos “Se eu achar você”, onde Deloris presencia o assassinato e logo em seguida jurada de morte. O segundo ato “Pro paraíso” já mostra Deloris no convento, onde de cara deixa seus toques de soul e funk contagiarem as irmãs do coral, logicamente a contra gosto da Madre Superiora. E tivemos o prazer de assistir ao ato “Espalhar o Amor” que é simplesmente um grand finale de pura magia, com direito a muito brilho.
Após estas passagens tivemos uma conversa com a protagonista Karin Hills, a nossa eterna Rouge, e também com as equipe técnicas brasileira e internacional, com a mesa composta por Stephanie Mayorkis, diretora e produtora da T4F, Fernanda Chammas, coreógrafa residente e Vânia Pajares, diretora musical, mais a equipe de associados Steve Beckler, diretor e Francis Chiapetta, coreógrafa.
Um ponto que foi muito comentado foi à questão das performances na rua, onde as personagens invadiram a cidade, passando por pontos como Ladeira Porto Geral, 25 de Março, Mercadão Municipal entre outros, e a equipe técnica disse que o retorno foi maravilhoso.
Sobre as exigências impostas sobre o espetáculo, se a Whoopi havia deixado pontos marcados, e se a prosódia deveria se manter no texto falado, é prontamente respondido pela própria Deloris, Karin Hils:
“E bem difícil, mas sim respeitamos todas as métricas impostas, eles (equipe americana) estão há muitos anos luz na nossa frente, e temos que reconhecer, a produção foi comprada magnífica, e tivemos que trazer isso tudo para o cômico do brasileiro”.
Fernanda Chamma:
“Foi um desafio maravilhoso dirigir um elenco brasileiro e com músicas traduzidas, claro que com algumas adaptações, afinal tivemos que trazer o lado cômico pra nossa realidade”.
Stephanie Mayorkis:
“Como a Karin falou, quando recebemos um espetáculo original, temos nas mãos produções imensas, de sucesso reconhecido no mundo inteiro e, neste caso, é um espetáculo magnífico, e assim provamos que só estamos evoluindo e desenvolvendo muitos talentos pra este mercado”.
Nesta questão, dos espetáculos americanos estão à frente dos nossos, tive que discordar da Karin e isso em concordância com diversos produtores artísticos, coreógrafos e diretores a qual já conversei. Nossos espetáculos não ficam devendo em nada às produções estrangeiras, ao contrário, já se encontram no mesmo patamar.
Como dito por Gleu Tibério (Produtor Cultural):
“O público vai ao teatro e já espera boa qualidade cênica, cenográfica, técnica e vocal. O mercado e o público estão mais exigentes”, e já tivemos momentos em que nos palcos brasileiros tínhamos mais espetáculos atuantes do que nos palcos da Broadway, portanto estamos crescendo a cada dia, nos tornando autossuficientes, podemos dizer assim, afinal em 2014 entramos com 3º no ranking de produções teatro-musicais, ficando atrás de Londres e Estados Unidos.
Karin também responde sobre a responsabilidade de fazer Deloris e de sua rotina vocal:
“É emocionante demais fazer um papel de tão grande responsabilidade, e emocionante pra muitos brasileiros também. Desde que eu soube, eu me vi na responsabilidade de fazer a Deloris, graças a Deus estou aqui. E sobre minha preparação, é a clássica de ensaios de 12 ou 13h por dia, e quando não, estou aquecendo com fonoaudiólogos, otorrinos e demais profissionais, que me auxiliam o tempo todo. Afinal, para fazer musical não é fácil, pois não fazia musical a mais de um ano e eu estava sem condicionamento nenhum para isso. Então tive que começar do zero, mas cá estamos, e vai ser tudo muito bom.”
Sobre a visão e retorno esperado do publico católico, Karin responde: “Ah, tomara que seja boa, quando vemos o amor e a alegria, então Deus está na frente, então eu espero que eles recebam de maneira positiva e, claro, serão sempre bem vindos.”.
Também falamos com Steve e Francis, estes que dizem ter adorado trabalhar com elenco brasileiro, pois são altamente competentes, e mesmo que em meio a algumas dificuldades se ajudavam mutuamente e sempre com sorriso no rosto.
Aproveitei também para matar a saudade de um papo muito rock and roll com a queridíssima Vania Pajares, coreografa residente do espetáculo.
Ela me diz:
“Tivemos uma versão primorosa, adaptar as musicas mantendo na medida do possível a comédia e as prosódias foram tudo muito bem concebido, as adaptações foram necessárias para segurar o bom humor do brasileiro”.
“A escolha das freiras foi de grande exigência, todas cantam extraordinariamente bem, tem muita técnica sendo este musical em si muito difícil. É muito milimétrico, afinal dançar de hábito já não é nada fácil (risos).”
Por aí podemos ver que o trabalho de Vania não foi fácil mesmo.
E claro que não pude deixar de ressaltar que esta foi mais uma produção em parceria com a Stephanie Mayorkis e creio que por aí venham mais surpresas destas duas. Se preparem.
E claro voltando à Karin Hils, a pergunta que não poderia faltar a nossa Deloris é se houve em sua vida houve mudança de hábito?
Onde ela responde: “Sim, fato! Tô focada 100 % vida social, amorosa, só depois que vamos relaxar…”.
[highlight color=”yellow”]Clique nas imagens para ver em tamanho maior ;)[/highlight]
E se eu achar você
Espalhar o amor
Pro paraíso
Serviço
“Mudança de Hábito”
Quando: A partir de 5 de março de 2015
Sessões: Quintas e Sextas, às 21h, Sábados, às 17h e 21h, e Domingos, às 16h e 20h.
Onde: Teatro Renault – Av. Brigadeiro Luís Antônio, 411 – Bela Vista, São Paulo – SP
Quanto: De R$ 25 a R$ 260
Quintas, às 21h
Plateia Premium: R$ 240 (inteira) e R$ 120 (meia)
Camarote: R$ 200 (inteira) e R$ 100 (meia)
Visão Parcial Balcão B: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)
Camarote / ZZ: R$ 200 (inteira) e R$ 100 (meia)
Plateia A: R$ 200 (inteira) e R$ 100 (meia)
Plateia B: R$ 170 (inteira) e R$ 85 (meia)
Balcão A: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia)
Balcão B: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)
Sextas às 21h / Sábados às 17h e 21h / Domingos às 16h e 20h
Setor Premium: R$ 260 (inteira) e R$ 130 (meia)
Camarote: 220 (inteira) e R$ 110 (meia)
Visão Parcial Balcão B: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)
Camarote / ZZ: R$ 220 (inteira) e R$ 110 (meia)
Plateia A: R$ 220 (inteira) e R$ 110 (meia)
Plateia B: R$ 190 (inteira) e R$ 95 (meia)
Balcão A: R$ 110 (inteira) e R$ 55 (meia)
Balcão B: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)
Classificação etária indicativa: Livre. Menores de 12 anos: permitida a entrada (acompanhados dos pais ou responsáveis legais).
1 Comment
Mais uma vez um belíssimo texto. Foi um prazer conhecer-te nesta coletiva.