Depois de muita espera e uma extensa fila do lado de fora, os portões do Parque Olímpico finalmente foram abertos (com cerca de 5 minutos de atraso), e uma verdadeira multidão gamer invadiu os 100 mil metros quadrados, dividindo-se entre as três arenas e uma variedade de atrações do Game XP.
Arenas
A Game XP ocupou todas as três arenas do complexo olímpico, as renomeando para Oi Game Arena, Gameplay Arena e Inova Arena.
A Oi Game Arena é a que concentrou a apresentação das finais oficiais de alguns dos maiores campeonatos de e-Sports, levando games de sucesso como CS: GO, Rainbow Six Siege e Overwatch.
O torneio feminino de CS:GO, por sua vez, inaugurou as atividades do espaço trazendo o embate entre as equipes “Não Tem Como” (ou NTC) e “BootKamp Gaming” (ou BK) em partida válida pela semifinal do campeonato brasileiro da categoria. Com uma performance precisa, a BK não apenas dominou e superou a NTC (por 2 a 0), como arrancou aplausos e gritos efusivos da plateia, que até então torcia por uma improvável recuperação da equipe adversária. A jogadora Ol666a, da BK, foi a mais celebrada, liderando o card final com mais de 50 execuções.
Já a Inova Arena ofereceu ao público a oportunidade de se aprofundar em questões atuais do mundo digital através de uma série de palestras com especialistas e personalidades.
O destaque do dia ficou por conta da participação do ex-jogador Ronaldinho Gaúcho, que atraiu o maior número de visitantes e exigiu um grande esforço das pessoas, que se espremiam enquanto tentavam ouví-lo em suas duas palestras, uma sobre a forma como a celebridade utiliza a internet para interagir com o público e outra sobre o uso de Criptomoedas nos e-Sports.
Finalmente, a Gameplay Arena se tornou um hit entre os games mais “experientes”, trazendo mais de 80 atrações entre fliperamas, simuladores e pinballs. A nostalgia toma conta com clássicos como Street Fighter e Cruisin’ USA.
Além disso, várias marcas dos games marcam presença nos stands da arena. Entre as mais famosas destaca-se a Ubisoft, que não só trouxe sua loja oficial, como também oito estações onde o público pode testar o vindouro Assassin’s Creed: Odyssey.
Também foi possível disputar partidas de For Honor e Rainbow Six Siege. PlayStation e Xbox também não ficam de fora com surpresas e muitos consoles disponíveis para os visitantes curtirem seus jogos. Porém, o destaque da Gameplay Arena foi, inquestionavelmente, a Pac-Man World, uma mega atração onde os jogadores são, literalmente, transportados para o cenário do jogo.
Outras Atrações
Além de uma galeria onde o visitante adquiria produtos exclusivos de artistas e marcas independentes, a Game XP proporcionou, ao visitante, uma experiência semelhante aos grandes parques temáticos do mundo, com diversas atrações espalhadas pelo parque.
Just Dance e Clash Royale agitaram o local que ainda incluiu simuladores dedicados a nomes consagrados como Crash, Rainbow Six Siege, Pro Evolution Soccer, entre outras.
Alimentação
O evento trouxe mais de uma dezena de stands, divididos entre a praça de alimentação principal (que contou com Domino’s e Casa do Pão de Queijo, por exemplo) e quiosques estrategicamente posicionados (que ofereceram pipoca, sorvete e bebidas refrescantes). O diferencial talvez foi a Beer Garden, uma espécie de praça isolada que, como o próprio nome sugere, permite aos adultos a compra e o consumo de cerveja, além de oferecer mesas e cadeiras próprias.
Os preços não fugiram muito do padrão deste tipo de evento. A título de ilustração, um cheeseburger, por exemplo, saiu por R$ 18,00 e uma garrafa média de água foi vendida a R$ 5,00. Hot Dogs, refrigerantes, porções de batatas fritas e pizzas também foram comercializadas.
Opinião
Por se tratar do primeiro dia, era esperado que a Game XP enfrentasse alguma dificuldade. Portanto, a falta de informações precisas talvez foi o maior ponto negativo. Os funcionários que arriscaram alguma ajuda, muitas vezes deram orientações equivocadas, e outros limitaram a admitir o desconhecimento.
Para se ter uma ideia, eu demorei mais de 40 minutos para descobrir a localização da Sala de Imprensa, tendo pedido ajuda a quase 10 membros da organização.
As atrações externas, em contrapartida, têm agradado, principalmente a Just Dance World Tour, que proporcionou diversão e som de qualidade. Aliás, aqui a grande estrela do evento é o próprio visitante, que ao entrar em qualquer um dos brinquedos, atrai todas as atenções para si. Seja no palco da Rock Stage, ou da própria Just Dance, passando pela NBA Fan Zone (com direito a narrador) e pela Pac-Man World, o espetáculo é feito pelo fã e para o fãs que assistem de fora.
As filas, embora nada pequenas até o momento, não representaram qualquer absurdo, parte pela não lotação do parque nesse dia, parte pela divisão entre os espaços e parte também pelo Sol forte que insistiu em acompanhar toda a tarde desta quinta-feira, fazendo do ar refrigerado das arenas o maior acerto da organização.
E por falar nas arenas, tanto a Gameplay como a Inova são extremamente bem estruturadas e possuem espaço suficiente para todos os gamers, mas a Oi Game Arena é aquela com mais altos e baixos.
A começar pelo espaço: mesmo com os organizadores pedindo insistentemente para os espectadores não ocuparem as arquibancadas superiores do ginásio, era mais que óbvio que as cadeiras instaladas especialmente para o evento não seriam suficientes para acomodar todo o público. Assim, com as arquibancadas sendo tomadas, ficou evidente a falha da organização em dois pontos: primeiro ao não limitar o horário de entrada, o que ocasionou um fluxo ininterrupto de entrada de visitantes, desembocando no segundo ponto que, verdade seja dita, diz mais respeito à própria arena do que a Organização em si. As arquibancadas. Pois ao não limitar as vagas, o entra-e-sai de visitantes faziam o espaço vibrar, resultando num incômodo balanço que atrapalhou a experiência do espectador. Para piorar, o espaço minúsculo entre as cadeiras provocou vários pisões em pés desavisados e até mesmo tropeços.
Finalizando, a Game XP também deu a sensação de que poderia ser organizada num local menor, pois a enorme extensão utilizada (para um número desequilibrado de atrações) faez com que toda distância seja exacerbada, afinal, para ir da Gameplay Arena para a praça de alimentação principal, caminha-se muito mais do que o necessário, num esforço que, agravado pelo forte calor, deveria ter sido evitado.
Resumo
Apesar dos tropeços iniciais, a Game XP conseguiu, sim, oferecer uma boa experiência para os amantes de videogame. Faltou, é verdade, um cálculo mais preciso quanto ao espaço do evento e o número de espectadores na Arena 3 (Oi Game), mas isso certamente poderá ser revisto numa próxima edição. Pois, afinal, eventos grandes como a Game XP são sempre bem-vindos.
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