BrooklynDesde que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas decidiu aumentar o número de indicados a melhor filme, quase todo ano surge ao menos uma produção britânica para ocupar uma das vagas. Foi assim com Educação e até o vencedor de 2011 O Discurso do Rei. Este ano não foi diferente, e Brooklyn acabou recebendo três indicações, uma delas a melhor filme.

Dirigido pelo limitado John Crowley, Brooklyn é a típica história edificante feita sob medida para seu elenco brilhar. Aqui, Saoirse Ronan (de O Grande Hotel Budapeste) vive Eilis, uma jovem irlandesa que decide se mudar para os Estados Unidos em busca de uma nova vida, com mais oportunidades. Uma vez em território norte-americano, acompanhamos toda a jornada da moça em busca da felicidade, incluindo seus percalços, suas paixões, perdas e etc.

Trata-se daquele típico filme açucarado que parece ter sido feito exclusivamente para agradar ao grande público. Difícil não simpatizar com a situação de Eilis, jovem determinada e sensível e que ainda conta com a vantagem de ser interpretada pela talentosa Saoirse Ronan que tem a oportunidade de oferecer a performance mais completa de sua carreira, agora consolidada.

Escrito por Nick Hornby (do igualmente açucarado Educação) o texto, bem feito e polido, fica ainda mais atraente quando acompanhado do delicioso sotaque britânico do elenco, que por sinal é a melhor coisa do filme. Julie Walters (de Mamma Mia! e Harry Potter) acaba sendo o grande destaque de um elenco coeso e competente que ainda conta com o veterano Jim Broadbent e o excelente Domhall Gleeson (jovem promessa que está em todas).

O diretor John Crowley também não se compromete, certificando-se somente de permitir que os atores brilhem em cena, o que é ótimo já que o impede de cometer os equívocos de seu outro filme, Circuito Fechado. O esmero da produção também se estende à parte técnica, principalmente os figurinos e o ótimo design de produção.

Em tempos de Katniss e Rey, é muito bom ver que as mulheres finalmente estão conquistando seu espaço em Hollywood e Brooklyn provavelmente será lembrado como mais um filme protagonizado por uma mulher forte e independente. Que essa tendência continue, pois diversidade é algo sempre atraente.

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Crítico de Cinema e Carioca. Apaixonado pela Sétima Arte, mas também aprecia uma boa música, faz maratona de séries, devora livros, e acompanha futebol. Meryl Streep e Arroz são paixões à parte...

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