Eliana Malizia é muito mais do que uma bela mulher, formada em fotojornalismo, graduada em educação física, com especialização em Los Angeles e com MBA em marketing, ela percorre o país e o mundo sobre duas rodas, seus únicos parceiros são um bloco de notas, um laptop e uma máquina fotográfica, equipamentos essenciais, uma vez que a repórter descreve suas aventuras e viagens para os meios especializados.

Engana-se quem pensa que ela traça suas rotas pensando no conforto e na tranquilidade, Eliana afirma que quanto maior a aventura, maior é a adrenalina e mais inspiradora tornam-se os registros.

Se o fato de ser uma das poucas mulheres a encarar esse tipo de aventura fosse pouco, imagine que ela ainda arruma tempo para dedicar-se ao boxe, corrida, ciclismo e aviação, isso mesmo, Eliana atesta que o seu brevê (carteira de aviação) está bem próxima.

Pelas suas contas já percorreu aproximadamente 25.000 km em suas viagens desde 2008 e esse número não para de crescer.

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Quando começou a paixão sobre duas rodas?

A paixão começou depois de me habituar a usar motos para fugir do trânsito de São Paulo. Uma vez peguei a moto e fui até o litoral norte de SP. Comecei a tomar gosto pelas estradas, a aumentar a cilindrada da moto e consequentemente as distâncias dos roteiros de viagem aumentaram. E tem 5 anos que viajar de moto, além de hobbie, virou trabalho.

Iniciou trabalhando como repórter sobre rodas? Conte-nos sua trajetória profissional?

Sou foto jornalista formada em Educação Física. Escrevia sobre as minhas viagens e práticas de esportes radicais em um BLOG particular. Um editor de uma revista de turismo de motos me encontrou e pediu para enviar uma matéria sobre uma das minhas viagens. Desde então ganhei uma coluna mensal na revista, onde mostro através de imagens e textos minhas viagens pelo mundo afora. Hoje estou lançando, também, um site, onde além de acelerar motos, testarei e acelerarei carros. (www.acelerada.com.br)

Você já sofreu discriminação no seu meio de trabalho, ainda mais uma mulher pilotando uma moto? 

Um pouco normal passar por momentos de discriminação, pois muitos duvidam que seja eu quem viaja pilotando grandes motos. Mas é um tipo de discriminação que não me atrapalha em nada, nem na vida pessoal e muito menos na vida profissional. Acredito que tenham mais admiração do que discriminação em relação ao meu trabalho, mas existe sim e muitas vezes vinda de mulheres.

Seguindo esse tema, como é recepcionada nos outros países?

Sempre fui muito bem-vinda em outros países, o normal são os comentários “como você consegue pilotar um moto tão grande?” ou “você não tem medo de viajar sozinha?”.  Ainda não é tão comum ver mulheres em grandes motos, mas a cada dia cresce o número de mulheres apaixonadas por duas rodas.

Quantas motocicletas você têm? 

Tenho duas motos; uma BMWF800R para fazer meus passeios e viagens e um Scooter Citycom 300cc para andar no dia-dia, no trânsito.

Alguma preferência por marca e modelo ou depende do lugar e aventura a enfrentar?

Hoje sou fã da marca alemã BMW, mas tenho testado motos de outras marcas que me faz, muitas vezes, ficar com dúvidas de qual a melhor. Na verdade, existe a melhor moto para mim: a que não seja visada para roubo, que tenha uma mecânica que me dê segurança, e as motos que não são muito altas, sendo assim, as que me possibilitam de apoiar todo o pé no chão. Motos altas para minha estatura me deixa um pouco insegura. Isso serve para todos, principalmente àqueles que pensam em comprar sua primeira moto.

Pelo que vimos você adora aventura e adrenalina. Existe algo que você não encararia de maneira alguma? E o que ainda não fez e é seu maior sonho?

Sou viciada em endorfina e tudo que me proporciona grandes emoções. O que me vem em mente em relação ao que eu não encararia, posso dizer que pilotar a moto em locais desconhecidos na parte da noite. Confesso que tenho um pouco de medo. Outra situação ,que não encararia, é viajar na garupa de um estranho, que é outro medo que tenho, não gosto de garupa, gosto de pilotar. Quanto a esportes radicais, depois que saltei de paraquedas, acredito que tope qualquer parada, mas claro, sempre avalio a segurança dos equipamentos utilizados.

Meu maior sonho é percorrer toda Europa em cima de uma moto. Não é um sonho impossível e nem distante, muitas vezes o que me impede é tempo e patrocínios. Se dependesse apenas da minha vontade e disposição, já teria realizado essa viagem incrível, tão rica de cultura e beleza.

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Quais os lugares mais belos que visitou? Existe algum lugar que, se pudesse, nunca retornaria?

No Brasil, sem dúvidas, Bonito em Mato Grosso do Sul e Chapada Diamantina na Bahia foram os locais mais lindos que passei.

Fora do Brasil, fiquei muito encantada com o Deserto do Saara em Marrocos; fiquei deslumbrada com Las Vegas na questão “divertimento”. E um dos momentos que mais me arrepiou e me deixou emocionada foi em Punta del Leste no Uruguai, quando conheci a Casapueblo (a antiga casa de verão do artista uruguaio Carlos Páez Vilaró) e lá assisti uma linda cerimônia do por do sol, lugar com energia inexplicável. 

Um lugar que nunca retornaria? Nunca fui para um lugar que me deixasse chateada ou desiludida. Todos os lugares que conheci desfrutei de alguma forma, ou com as belas paisagens, culinária, cultura local ou até as charmosas pousadas. Sempre tem algo bom para aproveitar.

Alguma história pitoresca/engraçada de suas viagens para nos contar?

Um momento de medo e até engraçado quando me vi em cena de filme. Viajando de moto, passando pela estrada Marechal Rondon, sentido Mato Grosso do Sul, peguei uma tempestade de chuva, que, por alguns minutos, se tornou um redemoinho. O vento forte me jogou pra fora da estrada, placas e galhos de árvores voavam no ar. Tentei correr para um local seguro, mas não conseguia sair do lugar, é como se eu estivesse correndo encima de uma esteira. Depois que o vento e a tempestade passaram, morri de rir da minha situação. No fim, tudo deu certo e segui meu destino tranquilamente. Tenho um anjo da guarda muito dedicado, sempre ao meu lado.

Você irá tirar seu brevê logo. Quais são seus projetos como pilota?

Em 2013 espero estar com meu brevê em mãos. Hoje penso que como pilota, irei sobrevoar lindos lugares para realizar matérias nas alturas e fazer lindas fotos aéreas. Confesso que pilotar um avião é mais prazeroso do que pilotar uma moto.

Quer deixar um recado para os leitores da Central 42?

Aos que desejam e sonham em viajar ou começar a praticar um esporte: Acreditem que tudo é possível, tempo e entretenimento que cabe no nosso bolso é sempre fácil de encontrar quando  realmente se tem vontade. Existem esportes e roteiros de viagens incríveis para todos os bolsos e idades.

E se quiserem acompanhar minhas dicas de viagens, esportes e testes de carros e motos, estão convidados a visitar meu site www.acelerada.com.br.

 

Nós agradecemos à Eliana Malisia por sua gentileza em conceder esta entrevista e desejamos boa sorte em seus novos projetos.

 

Author

Amante de filmes, séries, quadrinhos, action figures. Fundador e Editor chefe do Central 42.

3 Comments

  1. clarinefreitas

    Meu amigo ,muito legal essa entrevista ,entendo perfeitamente cada palavra da Eliana ,não a conheço mais temos algo em comum ,o amor por duas rodas .