A série WestWorld, bem como este livro que a analisa, talvez não sirva para todo mundo, pois a maioria das pessoas se sentem seguras com as certezas da vida, e satisfeitas com o conforto do qual seus cargos e títulos lhes proporcionam.
Nada poderia representar melhor WestWord que o famoso quadro “Isto Não é Um Cachimbo,” (Ceci n’est pas une pipe) de René Magrite, a obra de arte lhe desafia a questionar a realidade ao representar fielmente um cachimbo e, logo abaixo, afirmar que aquilo ali não é um cachimbo. A pintura e sua afirmação aparentemente contraditórias dão margem a questionamentos sobre como percebemos e interpretamos a realidade a nossa volta.
Rene Magritte questiona os fundamentos quanto a representação das coisas, num esforço para nos fazer perceber que depois de milhares de anos, condicionados pela palavra, estamos a confundir o símbolo com sua representação.
À primeira vista essa condição pode não parecer importante, mas no ato de assistir a WestWorld ela ganha relevância. A violência deixa de ser violência apenas pelo fato de atirarmos em robôs? Ou isso é uma abstração dos desejos reprimidos em nosso subconsciente? Matar robôs deixa de ser assassinato por não se tratar de pessoas reais? Ou o ato de roubar e estuprar, mesmo sendo cometido contra robôs denota uma mente doentia?
Os roteiristas de WestWorld vão bem além do pintor Rene Magritte e nos proporcionam um mergulho num parque temático onde embora “nada ali é real”, a violência está presente de variadas maneiras, mesmo que “ninguém” morra.
“Isto não é Um Cachimbo”, tanto quanto WestWorld, nos alertam para o fato do nosso próprio ato de ver está condicionado por ideias preconcebidas das quais nos impedem de compreender o mundo que nos rodeia.
Neste livro e na série, você encontrará mais perguntas que respostas.
O que é a verdade? O que é real?
Se há alguma afirmação do livro seria essa: No fundo não temos certeza de nada.
O livro “Você já Questionou a Natureza da Sua Realidade?” analisa as principais correntes filosóficas que estão por trás dos arcos narrativos das personagens de Westworld e sua jornada para o despertar da consciência.
“Nós podemos ser muito mais livres do que achamos que nós somos.” (Michel Foucault)
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