Una, uma adolescente de 13 anos (Ruby Stokes) tem um romance com homem (Ben Mendelsohn) com mais de 30 anos. Ele é julgado e condenado. 15 anos depois a, agora, jovem (Rooney Mara) resolve esclarecer suas dúvidas e questões não resolvidas e procura pelo homem. Nesse encontro, o passado é revisitado e muitas verdades e revelações vêm à tona.
Uma drama que aborda abuso sexual sob a perspectiva mal resolvida da “vitima”.
O filme explora o sentimento dela e mostra sua busca por respostas às verdades que a jovem quer esclarecer para seguir em frente, depois desse fato marcante que afetou sua vida.
O clima do filme é um suave suspense, face às revelações que vem em forma de flashbacks. A reflexão do filme é sobre relações humanas, suas diferentes possibilidades e como a sociedade ainda não tem uma fórmula precisa para julgar tudo que acontece entre as pessoas. A obra do diretor é aberta e caberá ao espectador chegar às suas próprias conclusões.
O filme é baseado na peça “Blackbird”, de David Harrower. Sua narrativa não é linear, com vários flashbacks que vão permeando o presente e trazendo revelações esclarecedoras. Esse formato foi muito bem explorado pelo diretor australiano Benedict Andrews.
O filme não guarda relação com o consagrado “Lolita”, 1962, de Stanley Kubrick, pois são enredos completamente diferentes, apesar de tratar de relacionamento íntimo de um adulto com uma adolescente.
Enredo
Em 1999 na Inglaterra a jovem Una (Rooney Mara, de “Carol”), que leva uma vida comum na periferia, se vê obrigada a ter respostas de seu passado. 13 anos antes, ela tinha sido vítima de uma amplamente noticiado caso de abuso sexual de menor. Quem interpreta os flasbacks da menor de 13 anos é a atriz (Ruby Stokes, da série de TV “Da Vinci’s Demons”) que está excelente no papel. E diria mais, ela enriqueceu enormemente o filme com sua beleza e soube trazer a ingenuidade e pureza necessárias à personagem. Na minha opinião, a melhor interpretação do filme.
A jovem Una (Rooney Mara) vai até o local de trabalho de Ray (Ben Mendelsohn, de “Rogue One: Uma História Star Wars”). Ele, evidentemente, se vê diante de uma situação complexa, depois de anos e fugindo do ocorrido, se defrontando com a pessoa que o levou ao banco dos réus e por causa disso teve que mudar de cidade e até de nome. Nesse encontro dentro do local de trabalho de Ray, Una faz perguntas e muitas cobranças para entender algo que sua memória e as consequências do que aconteceu não a deixam em paz.
Para contracenar como os dois, Ray e Una, surgem alguns personagens secundários. O mais expressivo é Scott (Riz Ahmed, de “Nightcrawler”) que entra na DR do passado de Una e Ray. Um participação muito competente e eficiente.
O enredo do filme é muito polêmico, principalmente na atualidade, pelos muitos casos de abusos sexuais de várias naturezas.
A abordagem desse tema, nesse filme, traz uma perspectiva até aceitável, mas politicamente incorreta. Caberá ao espectador fazer seu julgamento. Nesse ponto, o diretor sabiamente deixa a sentença para você.
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