Quando recebi o convite para fazer a cobertura da 1ª Gibicon Curitiba minha primeira reação foi de entusiasmo.
A segunda foi: o que é que vou dizer? Como poderei fazer justiça à iniciativa da minha cidade e aos meus conterrâneos? Não entendo nada de gibis e a extensa programação e diversidade do evento me assustou. É verdade que, em algum tempo perdido lá da minha infância, ouvi falar de vários autores estrangeiros…
A responsabilidade pesou e na noite de abertura fui com esse pensamento me martelando.
Ao chegar lá não encontrei nada além de um ambiente agradabilíssimo para fãs e admiradores de histórias em quadrinhos. Todos muito empolgados com a segunda edição (sim, ano passado houve a “première” Gibicon #0 e exposições para todos os lados no Solar do Barão).
Em cada sala um mundo que se unia com outro. E cada mundo criado, riqueza de detalhes nos desenhos, cuidado com a história e no sorriso de Fabio Civittelli e nas muitas homenagens a Sergio Bonelli, a certeza de um legado criado.
O peso passou. Lembrei que tenho muita bagagem nas histórias em quadrinhos. Cresci lendo Turma da Mônica e Asterix, e graças a Goscinny e Uderzo, boto maior banca de que sei falar latim. Com o tempo, descobri Mafalda, Calvin, Tex, X-Men, Snoopy entre tantos outros. A partir daí, curti a exposição revisitando a infância.
Sempre surpreendendo, o realismo dos traços de Isabel Kreitz me marcou, pretendo conhecer mais dessa talentosa artista.
Na exposição dos heróis, comecei a prestar atenção nos visitantes e suas conversas. TODOS lembrando as histórias mostradas nos quadros, as conexões com os universos e muita gente elogiando o capricho dos esboços expostos.
Saí do primeiro dia leve, pensando que quando algo dessa magnitude é montado, sabendo que passará pelo crivo de tantos fãs, se não for feita de alma e coração, não daria certo como deu.
A exposição foi do dia 25 a 28 de outubro. Porém, a realidade bate à porta todos os dias e os inúmeros compromissos me impediram de acompanhar mais. Porém, consultando mais uma vez a programação, jurei que, apesar de domingo ser aniversário do homem responsável pela minha inserção aos quadrinhos (meu pai e sua coleção Asterix), iria visitar o Memorial.
Ali era o mundo dos loucos! Action Figures, Cosplayers, lojas online com produtos que adoro como placas “Cuidado-Zumbis” e incansáveis artistas com suas ideias cheias de inspiração. Ali foi meu mundo!
Nessas horas que se vê a importância de exposições/feiras. Sempre haverá alguém com seu gosto, que partilha as mesmas neuras por coleções e será alguém com quem você poderá conversar. Que o diga o querido Danilo, da Colecionáveis AF (www.colecionaveisaf.com), e sua paciência budista para explicar bonequinho a bonequinho do Universo Star Wars para essa fã com memória curta.
Saí de lá com uma amizade e um compromisso: participar do próximo Encontro do Conselho Jedi aqui do Paraná, a convite do Danilo em pessoa!
Para isso serviram as histórias em quadrinhos em minha vida. Foi o primeiro universo cultural que visitei, aprendi muito com tudo o que li. Dei risada, me emocionei, chorei e carrego muitos personagens em meu coração até hoje.
Como alguém que entrou cru para uma revisita e saiu embasbacada com a riqueza artística das histórias em quadrinhos, tenho certeza de que a Gibicon veio para ficar e que muitas edições estão por vir. Uma melhor que a outra.
A alegria que esbanjava a equipe da Znort Ilustradores, uma das responsáveis pelo evento, não deixa dúvidas.
Não demore Gibicon #2! Até lá, vamos ler galera!!!
* Fotos: Erika Schmeiske
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