Primeiramente, se você não sabe o que é Sense8, não vive neste planeta. Mas, como de costume, vou explanar um pouco sobre quem são os personagens antes de começar a dizer o que eu acho desse seriado, que acredito ser um divisor de águas na forma em como fazer série.
Sense8 tem como criadores, Andy Wachowski, Lana Wachowski e J. Michael Straczynski. Não sabe quem são?
Pois bem, eu sei que faz tempo, mas se você tiver mais de 20 anos já deve ter assistido Matrix e sabe que esse foi, em minha opinião, o melhor trabalho de Andy e Lana como diretores. Também dirigiram outros filmes, que vale a pena ver, pois todos tem a identidade visual e a forma como os irmãos trabalham e condizem tudo.
Eles foram diretores, roteiristas e produtores dos filmes: Bound, Matrix, Matrix Reloaded, Matrix Revolution, Speed Racer, Cloud Atlas e O Destino de Júpiter.
Já J. Michael Straczynski vem da aclamada séria Babylon 5 e foi roteirista de Homem-Aranha e Quarteto-Fantástico. Ele também tem uma série de quadrinhos chamada, Rising Stars: Estrelas Ascendentes.
Agora vamos para o elenco no qual, em minha opinião, tem os melhores atores para os papéis designados.
Começamos com Aml Ameen, que interpreta Capheus van Damnne, motorista de uma van temática de Jean Claude Van Damme. Ele tenta, todos os dias, ganhar dinheiro para comprar remédios para sua mãe que tem AIDS. Capheus mora em Nairóbi, uma das cidades mais populosas e o principal centro financeiro do Quénia. Ele pode ser visto como herói no começo da série e, em certo ponto, tive medo pelo personagem. Existe uma variação de herói para anti-herói durante os episódios. Agora preste bem atenção, seu ”poder especial” é a habilidade de fuga quando está dentro de um carro. Ele representa a classe pobre e também à vontade e o desejo de mudança. Tem humildade e bondade, sendo incapaz de machucar uma mosca.
Vamos agora para Doona Bae como Sun Bak. Ela é filha de um poderoso empresário de Seul. Sua personagem representa as mulheres e a forma como são reprimidas em uma cultura onde somente o homem tem direito. A primeira vista parece sensível e indefesa, mas o que parece nem sempre é, pois ela é uma guerreira, sendo seu ”poder especial” a habilidade de luta. Não mede esforço ou sangue quando quer algo, encontrou sua válvula de escape no mundo do kickboxing.
Jamie Clayton como Nomi Marks, uma mulher (transexual) que tem como luta o direito LGBT e que o representa muito bem no seriado. Seu ”poder especial” é ser uma hacker ativista.
Tina Desai como Kala Dandekar, farmacêutica e devota Hindu em Mumbai, que tem como drama decidir se casa ou não com um homem que não ama. Seu ”poder especial” é a cura.
Tuppence Middleton como Riley Blue é uma DJ islandesa com um passado conturbado. Talvez aqui tenhamos o primeiro ponto de partida do seriado e o que pode ser o centro da série na segunda temporada.
Max Riemelt como Wolfgang Bogdanow é um arrombador perito em cofres que mora em Berlim. Temos, aqui, um vilão que está do nosso lado. Ele é um assassino sangue frio e até mesmo psicopata, mas com um fundo de bondade e amor despertados por Kala Dandekar. Ainda sim, tem questões não resolvidas com seu falecido pai.
Miguel Ángel Silvestre como Lito Rodriguez, um gay enrustido espanhol, ator de telenovelas e filmes, o mentiroso da série que tem audácia e sangue frio para sair das mais difíceis situações. Vive na Cidade do México.
Brian J. Smith como Will Gorski, um policial de Chicago, perito investigador que tem um faro apurado e dificilmente deixa passar algo despercebido. Assombrado por um assassinato não solucionado pelo seu pai, que o traumatizou durante sua infância até hoje.
Quando terminei de ver esta série, ficou difícil colocá-la em um gênero, pois cada episódio tem momentos de ação, drama, comédia e terror, com sempre boa direção e ótima direção de arte e fotografia, visto que cada cena é praticamente um quadro pintado, todos muito bem executados e minuciosamente filmados.
Em Sense8 é possível se emocionar em um momento; gritar e vibrar com cenas de ação; ficar aflito e roer a unhas de angústia; sentir medo, cantar e rir de alegria; praticamente me jogo para dentro da tela, assistindo toda primeira temporada em três dias. Mas muitas pessoas irão vê-la em um só dia.
Em algumas criticas que li e concordei, Sense8 poderia ser chamado facilmente de Sense9, pois quem a vê compartilha todas as emoções dos personagens.
Em Sense8, você irá encontrar o que nenhuma outra série lhe mostrou até agora. Todos os gêneros em um só: ação, comédia, romance e terror. Um mesclado de emoções que o faz mergulhar de cabeça e prender a respiração durante suas quase uma hora de episódio e só voltar a respirar depois que os créditos finais sobem.
Assistir a Sense8 é uma experiência de vida, que o faz abrir os olhos para o que há de bom e ruim no mundo, mostrando pessoas nuas e cruas e com personagens transparentes. A série o faz se identificar com, pelos menos, um deles, pegando seus traços, gestos ou, até mesmo, sentir como eles.
Minhas considerações finais só podem ser praticamente um jabá, pois este seriado vale tanto à pena quanto ter a assinatura da Netflix. Quando assisti ao último episódio, estava jogando dinheiro na tela praticamente, desejando logo a segunda temporada.
3 Comments
“Em Sense8, você irá encontrar o que nenhuma outra série lhe mostrou até agora. Todos os gêneros em um só: ação, comédia, romance e terror. ”
Já ouviu falar de Doctor Who?
Claro que sim só que eu nunca assisti, tentei uma certa vez mais não soube por onde começar, e vc ja assistiu ao Sense8?
Concordo plenamente com você