No dia 03/08 aconteceu a coletiva de imprensa do filme Ben-Hur no Hotel Unique, em São Paulo, com a presença de Rodrigo Santoro e Jack Huston. Após um rápido photocall, os atores falaram por quase uma hora sobre o filme e seus personagens.
Como já era de se esperar, algumas perguntas compararam essa produção com o clássico de 1959.
Jack Huston comentou como a história se mantêm atual e, independente se o público viu ou não a versão antiga, é um momento perfeito para produzir uma história dessas, modernizando alguns pontos, trazendo mais ação, principalmente porque neste filme eles trouxeram um novo final com a intenção de passar uma mensagem de redenção e perdão ao público.
“Com todas as questões políticas, religiosas e de guerra que estamos tendo no mundo é importante as vezes termos filmes que trazem uma mensagem positiva”, disse. Huston também fez um paralelo entre o seu Ben-Hur e o interpretado por Charlton Heston: “(…) a versão de Ben-Hur de Charlton Heston foi tão bonita, heróica e forte, mas o que eu percebi ao ler essa adaptação é que nesse filme ele era um menino que se transforma em um homem. Se trata da sua jornada pela escravidão, religião, o aprendizado de vida.”
Já para Rodrigo Santoro as perguntas foram mais focadas em seu personagem, Jesus Cristo. Santoro teve uma grande responsabilidade, afinal, no filme de 1959, Jesus não mostra o rosto nem fala; já nessa versão ele ganhou mais espaço e maior relevância na vida de Ben-Hur. Ao relatar a construção do personagem, Rodrigo disse que foi necessário uma jornada íntima e espiritual para que o personagem saísse como desejado, com simplicidade, na intenção de torná-lo uma figura mais acessível.
Também relatou como foi difícil fazer isso, tendo crescido ouvindo as histórias sobre o menino Jesus; a figura que se espera que ele tenha é mais próxima da Renascentista (louro, de olhos claros, alto) e o que eles construíram foi um homem de carne e osso mais próximo da versão histórica.
Duas cenas ganharam destaque durante a coletiva: Jack Huston contando como foi feita a cena do circo, que a corrida de bigas foi real e assustadora, e como ele e Tobby Kebbell – a princípio – tiveram dificuldades em guiar os quatro cavalos, segurar o medo e ainda atuar; mesmo tendo 32 cavalos em cena tudo foi muito bem coreografado e nada saiu errado. A outra cena foi a crucificação de Jesus.
Segundo Santoro: “Na noite anterior nevou. Tinha a opção de cancelar a gravação do dia, mas seria um prejuízo enorme. Eu pedi pro diretor fazer um take longo e depois só cortar deixando a melhor cena. Porque, congelar, descongelar de novo ia ser muito torturante, isso que eu já estava vindo de uma maquiagem de 6 horas. Eu só conseguia ver o Jack, o diretor me pediu para ter uma conexão com ele, e é uma locação, não existe efeito especial.
(silêncio, Rodrigo Santoro se emociona)
Desculpa, e foi um momento … absolutamente inesquecível. De fato a cena foi fortíssima e eu nunca vou me esquecer. O que o Jack disse eu acho que é verdade, porque eu olhava e o via emocionado, a cidade lá no fundo, o sol estava caindo. Eu lembro mais dos primeiros dois takes, porque depois eu congelei. É uma sensação indescritível estar pregado na cruz e tendo que dizer aquelas coisas.”
Por fim, ao serem perguntados sobre como foi trabalhar um com o outro eles relataram como, desde o primeiro dia de gravação, sentaram para conversar e ter ideias de como poderiam construir os personagens. Ambos estavam muito abertos a sugestões, o que foi importantíssimo para a sincronia entre os personagens que fica clara em tela.
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