Os quadrinhos de Albert Uderzo e René Goscinny são mais uma vez adaptados ao cinema em Asterix e o domínio dos deuses. Para quem não conhece bem, as histórias de Asterix narram as aventuras de uma aldeia gaulesa que resiste ao domínio romano, bem na época em que Roma conquistava território atrás de território, disseminando sua cultura e seu modo de vida, fazendo dos povos dominados também romanos.
Contudo, esse é um vilarejo peculiar, já que nessa vila de gauleses há um druida que prepara uma poção mágica capaz de dar força sobre-humana aos aldeões. Assim, mesmo com as investidas dos inimigos, o povo mantém-se livre das garras do império.
Asterix é o herói de sua vila, e Obelix, seu melhor amigo, ajuda-o em suas aventuras. Asterix é a mente por trás dos planos e Obelix, geralmente, contribui mais com os músculos. Quando criança, Obelix caiu na poção mágica do druida, de forma a ser sobre-humanamente forte o tempo todo – uma grande vantagem contra os invasores.
Em Asterix e o domínio dos deuses, os romanos continuam antagonizando os gauleses e seu modo de vida. Dessa vez, Júlio César decide agir de forma diferente: ele pretende trazer a “civilização” à aldeia, construindo um bairro romano chamado “O domínio dos deuses” em volta da vila dos heróis Asterix e Obelix. Ele deseja destruir o povoado, forçando as pessoas a viverem como romanos.
Não sai exatamente como o planejado, mas acaba dando certo, e os aldeões vão absorvendo a influência latina. Logo, a vila inteira muda-se para o bairro de César, que tem quase uma vibe de programa habitacional do governo misturada com aquela propaganda de domingo: “Você não está cansado do estresse da capital? Pois seu lugar é aqui! Encontre seu refúgio a apenas uma hora de distância da cidade!”. Eventualmente, os aldeões percebem que seu lugar não é junto a Roma e unem-se para expulsar os invasores e enfrentar o próprio imperador.
Como já é marca registrada, essa aventura de Asterix é bem humorada – além de retratar com graça um momento importante na História: a expansão da influência romana, que deixaria suas marcas por boa parte do mundo.
As representações são caricatas, sendo os gauleses briguentos e divertidos, em oposição à pompa e o gosto pela burocracia de Roma. Campo vs. urbe, espiritual vs. material: é o choque da aldeia que encontra a vida urbana.
Há sempre referências interessantes em Asterix, como menções a outras obras: nesse caso, por exemplo, o druida Panoramix repete a icônica frase do Senhor dos Anéis
You shall not pass!
No todo, um filme divertido e gostoso. Recomendo!
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