No longínquo ano de 1994 (mais exatamente no dia 24 de junho), quando Itamar Franco ainda era nosso presidente, o Real nem existia, o Brasil ainda era tricampeão mundial de futebol e eu era um pirralho de onze anos de idade, a Disney lançava seu 32º clássico animado: O Rei Leão.

Considerado por muitos – eu inclusive – um dos melhores filmes de todos os tempos e dono da 35ª maior bilheteria da história do cinema, o filme conta a história do pequeno leão Simba, filho do rei Mufasa, vítima das intrigas de seu tio Scar que deseja tomar o trono do reino para si.

Sendo injustamente acusado da morte do pai, o pequeno Simba é obrigado a fugir das terras do reino, quando então conhece novos amigos (os engraçadíssimos Timão e Pumba) que o ensinam a viver sob a filosofia do “Hakuna Matata” (sem preocupações).

Encontrado anos depois por sua amiga de infância Nala, o agora adulto Simba se vê obrigado a assumir suas responsabilidades e a lutar contra Scar para recuperar o trono que é seu por direito.

(Eu nem deveria ter escrito todo este resumo. Se você realmente precisou ler esta parte, pare de ler e vá ver o filme AGORA).

Para marcar o relançamento do filme em home vídeo (a versão em DVD está em moratória desde 2005), o filme volta também aos cinemas, dessa vez em 3D.

Assisti o Rei Leão no cinema quando estreou e revi milhares de vezes em VHS (aquela clássica fita verde da Abril Vídeo que tenho até hoje). Corri feito louco atrás do DVD quando comecei (tardiamente) a colecionar os clássicos Disney no formato e garanti a versão em Blu-ray assim que começaram as pré-vendas.

Mas nada me deixou mais animado a revisitar o Rei que a exibição nos cinemas! Animado mesmo, a ponto de ir ao pior cinema das redondezas (estou falando com você, Cinemark Santo André!).

Sala ruim e 3D, do qual não sou fã, tinham tudo para dar errado. Mas, muito pelo contrário, assistir O Rei Leão na tela grande, com 17 anos mais de vida e com muito mais coisas na cabeça, garantiram uma experiência fantástica (e diferente).

Não tenho memória tão boa pra poder dizer o que senti quando assisti pela primeira vez lá em 1994, mas é certo que naquela época o que me atraiu mais foi o visual e as musiquinhas, ao contrário de agora, quando a história se mostra muito mais profunda.

Talvez seja esse o grande trunfo do filme. Ao mesmo tempo em que é capaz de prender a atenção de pirralhos, traz também temas que fazem sentido para os adultos, o tal do “Ciclo sem fim” que abre o filme. Todos já encaramos ou encararemos situações como crescimento, amadurecimento, amizades, amor, aceitar responsabilidades, encarar a perda de entes queridos. Tudo isso está lá. O grau de entendimento e significância depende da interpretação e das experiências de vida de cada um.

Sobre o 3D, confesso que tinha minhas dúvidas com relação à conversão, mas elas sumiram após uns 3 minutos de projeção. O 3D serve basicamente para dar profundidade às cenas, deixando os cenários (que sempre foram belíssimos) ainda mais bonitos e criando uma sensação de imersão muito interessante, sem precisar apelar para coisas pulando para fora da tela. Quem não se emocionar ao ver/ouvir a cena inicial do filme (O Ciclo Sem Fim) e a seqüência da morte do rei Mufasa, certamente não é uma pessoa “normal”.

Se não estivesse feliz o suficiente após rever o Rei no cinema, dois dias depois recebi o Blu-ray francês com a trilogia (embora nunca tenha visto as continuações e não dê a mínima pra elas). O box vem num lindo digibook com luva, e como não poderia deixar de ser com os lançamentos em Blu-ray da Disney, está com uma imagem FANTÁSTICA!

Enfim, meu entusiasmo com o Rei não me permite dizer outra coisa que não seja ASSISTA!

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16 Comments

  1. Bom texto! Rei Leão marca minha vida de um jeito mais legal ainda: meu irmãozinho, na época com 8 anos e eu 14, estava se adaptando ao aparelho móvel e, por características estruturais da peça, passou semanas com ânsia.
    Foi lindo ver que o filme foi uma das poucas coisas que ajudaram a aliviar a tensão do momento, tanto que o pirralho assistiu o VHS 5 vezes seguidas parando SÓ PRA REBOBINAR.

    Disney erra na mão sim, mas quando acerta, é nocaute certo. No primeiro golpe.

  2. hellenitavcdvd

    Muito bom o texto Carlão!!
    😀

    ao iniciar seu texto me senti uma velha! :p "eu era um pirralho de onze anos de idade"…

    Acho que assisti O Rei Leão umas mil vezes! Mil é exagero, mas mais de cem foi! Acho que só vi a primeira vez depois que meu filho mais velho já estava grandinho o suficiente pra se distrair com desenhos, isso por volta de 1996 ou 97, lembro que eu comprei quase todos os desenhos da Disney em VHS, mas ele só queria ver o "Rei Leão". Sério, em alguns dias eu não aguentava mais assistir :p

    Qdo vi pela primeira vez, foi inevitável chorar na 1ª cena, as imagens a música, dublada claro, afinal eu assistia com meu filho… lembro de achar a cena da morte do Mufasa pesada pra ele assistir, ele ficava com aquela carinha de assustado… ainda assim durante anos foi seu desenho preferido. Vai falar isso hoje em dia pra ele :p [ 15 anos de pura "aborrescência", ops, ele faz 16 dia 09 ].

  3. Parabéns Carlão!!!! Ficou FANTÁSTICO seu texto!!!

    O post descreveu tudo que senti qdo vi em 3D!!! =D

  4. Sorcerus

    Eu me recordo de assistir Rei Leão num cinema antigo em sampa, que as poltronas eram tão próximas que fui obrigado a colocar minhas pernas na cadeira da frente ahahahaha
    Mas voltando ao Rei, o filme é incrível e realmente trata de muitas questões, e ao mesmo tempo diverte. Lembro que na cena da morte do Mufasa, varias crianças choraram. Foi um caos. Kkkkkkkkkkk
    Grande texto Carlão. Bem-vindo à Central 42. Parabéns.

  5. Parabéns pelo texto, Carlão!
    É isso aí. Esse filme possui diversas "camadas" que permitem leituras diferentes conforme a faixa etária e as experiências do espectador.
    É um filme para crianças e adultos e o visual deslumbrante certamente é um atrativo por si só. Dá pra ver e ficar contemplando os cenários.
    Ainda não vi em 3D, mas tenho vívida a sensação de quando o assisti no cinema no lançamento original.
    Recomendadíssimo.
    E ótima resenha.

  6. Aêêê Carlão!!!Boa! Muito bom o post cara! Gostei muito! Putz eu me lembrei da loucura que foi prá conseguir comprar o meu exemplar em DVD também. Paguei 100 reais lacrado do Guilherme (não sei se todos conhecem mas a Helena sabe quem é…rs) E ele ainda está lacradinho porque pouco tempo depois encontrei em um sebo o box com os 3 filmes e os tenho ainda em minha coleção. O que mais dizer? Putz é um clássico, suas palavras me fizeram ter vontade de assistí-lo de novo…só dispenso o 3D. Qto a edição em Blu-ray que adquiriu, puxa, parabéns é lindona…ainda não decidi qual comprar, mas acho que vai ser essa tb.

    Mais uma vez parabéns pelo ótimo post!

  7. Lucsaad11

    Amigo Carlos! Parabéns pelo texto, tbm fiquei impressionado novamente ao assistir o filme 3D, me deu outra perspectiva em relação e história e aos personagens, me senti voltando no tempo quando assistia em Looping a fita de VHS verde! Realmente um dos melhores filmes de todos os tempos na minha opinião, não tem oq comentar!
    E essa edição do Croissant é demais! Esperar cair um pouco e vou pegar !

  8. “Fita VHS verde da Abril Vídeo”. Tenho total remorso quando lembro desse fato. Ganhei a minha em 1995 e só com ela passei das 100 vezes assistindo o Rei Leão.

    Mas… uma vez emprestei ela pros filhos do colega do meu e ela nunca mais voltou! =( Era para estar aqui em casa, fazendo companhia para o VHS do Space Jam…

    Bem, assistir O Rei Leão em 3D, desenho o qual só vi nesse VHS que tinha, é uma emoção sem tamanho. Mais pela tela grande e pelo som alto do que pelo 3D dito. Muito bom!

    Só esperando agora pelo lançamento do DVD. Ando com muito receio em me converter para o chamado raio azul.

  9. SENSAIONAL…conforme ia lendo ia me arrepiando só de lembrar….ainda não vi em 3d, mas com certeza irei ver!!! Ótimo post! parabéns!

  10. bigodinhos

    Eita Carlão, belíssimo texto, conseguisse passar o que sentisse ao assistir(pelo menos pra mim ahha) e também quando falasse do Ciclo Sem Fim na vida, muito bom mesmo!

  11. Post muito bem colocado, principalmente sobre o cinemark de Santo André…rs
    Sou amiga do Panda e tomo a liberdade de também comentar aqui. Este é, sem dúvida, o melhor filme da Disney. gosto de vários, mas este é sensível ao ponto de valorizar a figura paterna, mostrando a importância deles em nossas vidas. Mãe já tem o posto de querida por excelência, porém a mensagem que o filme passa é linda demais, não tem como não se emocionar ou rir das hienas em uma cena específica…eu tinha somente 14 anos quando foi lançado e não me canso de ver até hoje! Fico feliz por meus filhos também conhecerem esta maravilha! Abraço

  12. Também estava receoso da conversão, mas igualmente me admirei com o resultado. É, enfim, um clássico inestimável, e os públicos das sessões a que fui até agora só comprovam isso: crianças e adultos, todos profundamente envolvidos nessa linda história de amadurecimento. Verei o quanto mais puder.

  13. Aaeeee !
    Belo texto sobre um dos clássicos de uma geração inteira !
    Parabéns !

    forte abraço, uryens.

  14. MaosLindas

    Este foi o primeiro filme que vi no cinema (assisti no extinto Shopping Artur Alvim), e confesso que anos depois, estava com a mesma expectativa e adorei da mesma forma. Cantarolei todas as canções, gargalhei com aquelas criaturas sem noção chamadas Timão e Pumba… É bom demais!

    Essa edição que vc recebeu é lindíssima! Vale mais do que o tamborzinho em riqueza de detalhes.

    Beijos
    Carla