Moana é uma jovem aventureira, filha do chefe de uma tribo da Polinésia.

Quando as plantas começam a secar e os bichos a sumir, ela decide enfrentar o mar e buscar ajuda para que as coisas voltem ao normal, com ajuda do semideus Maui ela enfrentará criaturas perigosas e desbravará lugares desconhecidos.

Mesmo tendo 1h47 de duração, confesso que sai da sala com a sensação de ter passado mais tempo, talvez tenha muita informação de uma única vez, o que prolonga a sensação de tempo. Ainda assim, acredito que não seja algo que prejudique o filme, na cabine em que fui – lotada de crianças – elas permaneceram atentas todo o tempo, sem demonstrarem em alto e bom som cansaço em nenhum momento.

O roteiro trata basicamente da Jornada do Herói, os adultos podem enxergar aqui algumas semelhanças com as histórias de Hércules e A Odisséia; a novidade é que temos no papel principal uma mulher. Isso ainda é contado através de uma cultura diferente da ocidental, dominante nas produções cinematográficas, o que introduz um novo mundo e uma empatia com o que é diferente.

Além disso, pela primeira vez na história da Disney, temos um filme de “princesa” onde é reforçado durante toda a projeção que, por mais que ela seja filha do chefe da tribo,  Moana é uma guerreira e não uma princesa. Podem ter certeza, isso terá um impacto muito grande na forma das meninas verem Moanao mundo e pode atrair mais meninos para os filmes “de princesa”. Essa tendência, que começou com “Valente”, cresceu muito nesse filme e tende a crescer ainda mais.

Moana é uma figura forte e cativante (como uma principal tem que ser); a avó Tala segue os passos do que seria o mestre ou mentor dentro da Jornada do Herói (atenção as cenas que envolvem essa personagem e arraias, são de arrepiar); Maiu, o semideus, tem a prepotência necessária para trazer o alívio cômico aos adultos; o galo Heihei tem a responsabilidade de fazer as crianças rirem (inclusive, tiraram esse galo do “Tá Dando Onda”?); e a deusa Te Fiti, por mais que apareça pouco, insere na história a força da deusa natureza e passa a mensagem ecológica coerente com a trama e necessária nos dias atuais.

As músicas são agradáveis, encaixam muito bem no estilo do filme (a sequência musical com os ancestrais me lembrou um pouco “Pocahontas”) e a música tema de Moana com certeza grudará na cabeça, arrisco dizer que será o sucessor de “Let It Go”.

Em relação ao gráfico, não há outra palavra a não ser maravilhoso para descrever. As paisagens, a água e as plantas beiram o real; nunca vi marcas de expressão e cabelos tão bem feitos em personagens 3D, até mesmo as tatuagens dos personagens trazem o leve relevo que a tinta deixa na pele.Moana Ainda por cima a produção conseguiu mesclar cenas quase realistas com outras um tanto quanto psicodélicas, além de uma sequência em que o desenho 3D interage com desenhos 2D de forma muito harmônica. Inclusive há uma sequência com os piratas kakamora que mudo de nome se não foi inspirado em uma certa sequência de “Mad Max: Estrada da Fúria”.

Sem sombra de dúvidas é a melhor animação desse início do ano, uma produção que diverte, tem ação, aventura e MUITA emoção (não necessariamente cenas tristes, mas que fazem as lágrimas pular longe dos olhos). Feito para todo tipo de público. Ah! E tem cena pós-crédito, não seja apressadinho em sair da sala.

[box type=”info” align=”aligncenter” class=”” width=””]Depois de falar do filme, um breve parágrafo sobre o curta que passa antes dele, Trabalho Interno.

Na história vemos o organismo de um homem funcionando durante sua rotina, mas de uma maneira criativa e que traz uma provocação sobre como vivemos no automático. Então, não chegue atrasado à sessão se não pode acabar perdendo essa pequena preciosidade.[/box]

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Fotógrafa, publicitária, traça de livros e apaixonada por cinema.

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