É, caro leitor, 2016 finalmente está indo embora. E já vai tarde. Um ano particularmente triste e cruel, que levará consigo muita gente boa. Além de minha mãe, este nefasto ano de 2016 não hesitou em nos tirar alguns dos maiores artistas de todos os tempos. Não só artistas, mas também ícones das mais variadas áreas. O Cinema, com seus filmes, porém, serviu como uma bela válvula de escape diante de tantas notícias ruins.
Pois para os cinéfilos, 2016 não foi tão ruim. Tivemos grandes filmes e algumas boas surpresas.
Mas antes de partir para a lista final, permita-me um momento de celebração. Afinal, em julho tive o privilégio de completar um ano como membro do Central 42 e é uma honra fazer parte de um grupo tão especial. Parece que foi ontem que escrevi sobre Ted 2 (meu primeiro texto). Além disso, é espantoso lembrar que minha primeira crítica citada pelo AdoroCinema foi a de Os Oito Odiados. Naquela época, nunca poderia imaginar que, em menos de dois anos, já acumularia mais de 15 citações e teria um texto escolhido como o melhor da semana por cinco vezes. Agradecer ao carinho e ao reconhecimento do AdoroCinema nunca é demais, e também dificilmente será suficiente. Minha gratidão é maior do que simples palavras.
Dito isso, vamos ao que interessa. É com imenso prazer que publico esta lista. Entretanto, alguns grandes filmes tiveram que ficar de fora, pois só estrearão no ano que vem. É o caso de Manchester à Beira Mar, por exemplo, que assisti durante o Festival do Rio, mas que só chegará ao circuito comercial em 19 de Janeiro. Ficaria no pódio, sem dúvida alguma.
Já Mistério na Costa Chanel foi tão decepcionante que conseguiria uma vaga entre os piores de 2016 não fosse o adiamento de sua estréia. Por outro lado, reservei um lugar especial para o filme mais recente de Adam Sandler, mesmo sendo uma exclusividade da Netflix.
Sem mais delongas, eis a(s) lista(s):
Melhores filmes do ano:
10- Deadpool
Uma produção proibida para menores sobre um anti-herói desbocado e desfigurado, de baixo orçamento, dirigido por um novato e protagonizado por um ator que já fracassou com um filme de super-herói antes.
Tinha tudo para ser um fiasco, mas a verdade é que Deadpool não só foi um dos maiores sucessos de bilheteria do ano como também surpreendeu a Crítica. Irreverente e com boas sacadas, o filme da Fox foi uma grata surpresa, resultando numa das experiências mais divertidas de 2016.
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9- Sete Homens e Um Destino
Outra grande surpresa do ano, esse remake passou longe de contar com um elenco tão estrelado como o do filme original. Mas sob a liderança de Denzel Washington e o carisma de Chris Pratt, Sete Homens e Um Destino foi uma produção que se destacou pela honestidade, dispensando subtramas para se concentrar no que de melhor tinha a oferecer: ação. O resultado foi um blockbuster que soube ir direto ao ponto, com o bônus de apresentar boas atuações.
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8- O Dono do Jogo
Tobey Maguire é Bobby Fischer, o maior enxadrista de todos os tempos. Antes de chegar ao topo, porém, Fischer teve de superar os melhores do mundo, incluindo o igualmente brilhante Bobby Spassky (Liev Schreiber).
A rivalidade entre o russo e o estadunidense é bem conduzida pelo competente cineasta Edward Zwick, que, ao lado do montador Steven Rosenblum, cria uma narrativa ágil, envolvente e que vai muito além do Xadrez. Apesar da performance irregular de Maguire, o roteirista Steven Knight constrói bons personagens e consegue se aprofundar na intrigante personalidade de cada um.
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7- Decisão de Risco
Helen Mirren e Alan Rickman são militares de alta patente encarando um verdadeiro dilema durante uma operação secreta.
Dirigida pelo sul-africano Gavin Hood (Ender’s Game), a produção usa poucos cenários, mas chama atenção pela tensão crescente que consegue construir. Ao final, o filme propõe um rico debate que deverá render horas de discussão. Isso depois de recuperar o fôlego, claro.
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6- O Silêncio do Céu
Esta produção Brasil-Uruguai, falada em espanhol, é um belo exercício de suspense e um bem-vindo frescor para o Cinema Nacional.
Com atuação forte de Carolina Dieckmann e direção segura de Marco Dutra, O Silêncio do Céu é um dos melhores filmes brasileiros do ano, contando também com um ótimo roteiro.
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5- Hardcore: Missão Extrema
Seria o melhor filme de videogame de todos os tempos. Se fosse baseado num jogo de videogame. Hardcore é um filme de ação de altíssimo nível e com forte carga de adrenalina, abusando de sequências absurdamente intensas e um grau inacreditável de realismo.
Totalmente em primeira-pessoa, a produção dirigida pelo russo Ilya Naishuller merece uma continuação.
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4- Memórias Secretas
O novo filme do cineasta egípcio Atom Egoyan é um thriller intenso e pouco convencional pelo fato de ser protagonizado por um idoso. Christopher Plummer protagoniza o que deve ficar conhecido como “Amnésia em versão Octogenária”.
Diferentemente da produção de Christopher Nolan, Memórias Secretas usa uma trama enxuta e básica para nos apresentar a um personagem fascinante e que vive uma história intrigante. Esse é mais um daqueles de tirar o fôlego.
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3- Truman
O argentino Ricardo Darín é o raro tipo de ator que, hoje em dia, atrai público só com seu nome (e reputação). E encontrar um filme ruim estrelado por Darín segue sendo uma tarefa difícil, pois Truman é uma delicada e sensível comédia com tons dramáticos.
Uma história doce e repleta de personagens cativantes que apela para nosso lado mais humano. Difícil não simpatizar com esse belo filme.
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2- Capitão Fantástico
Com um inspirado Viggo Mortensen, Capitão Fantástico é uma instigante história sobre um homem que decide criar seus cinco filhos na floresta ensinando-lhe apenas o essencial. Apesar de ter criado verdadeiros gênios, há quem diga que as crianças deveriam ter uma vida normal.
Essa discussão ganha profundidade e leveza nas mãos do diretor e roteirista Matt Ross, resultando num filme bonito com um personagem central cheio de valores que deveriam ser seguidos por todos.
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1- A Chegada
Sim, há uma invasão alienígena. Mas, não. Não é uma ficção científica comum. E com o excelente cineasta Denis Villeneuve, não haveria como ser.
Com Amy Adams e Jeremy Renner, A Chegada é uma experiência profundamente emocional que busca discutir temas que são mais complexos do que física quântica. Uma jornada inesquecível e digna dos mais respeitados prêmios do Cinema.
[toggle title=”Trailer A Chegada” state=”close”]
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Menções Honrosas:
- Dois Caras Legais (Comédia.De Shane Black. Com Russell Crowe e Ryan Gosling)
- Zootopia (Animação. Disney. De Byron Howard e Rich Moore)
- Rua Cloverfield, 10 (Suspense. De Dan Trachtenberg. Com Mary Elizabeth Winstead e John Goodman)
- Animais Fantásticos e Onde Habitam (Aventura/Fantasia. De David Yates. Com Eddie Redmayne e Colin Farrell)
- Kubo e as Cordas Mágicas (Animação. Laika. De Travis Knight)
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São tão vergonhosos os próximos filmes, que vamos deixá-los escondidos para vocês espiarem quando estiverem sós (rs).
[toggle title=”Os Piores Filmes de 2016 (Veja por sua conta e risco)” state=”close”]
5- Convergente
A Série Divergente começou mal, continuou ruim (com Insurgente) e segue seu caminho pela mediocridade com este Convergente. A talentosa Shailene Woodley ainda não se encontrou, mas ao menos se sai melhor do que o péssimo Theo James e seu infame “Quatro”.
Manchando a carreira do respeitável Jeff Daniels, Convergente foi a última tentativa da Lionsgate de repetir o sucesso de Jogos Vorazes. Com o terceiro fracasso consecutivo, a Série Divergente teve seu último capítulo cancelado nos cinemas. Quem quiser saber o final da história deverá aguardar um especial para a TV que ainda não tem data para ser exibido.
4- Uma Loucura de Mulher
Essa novela disfarçada de filme é mais um caça-níquel da Globo Filmes. Confesso que foi muito difícil conseguir terminar Uma Loucura de Mulher.
Esta tortura em forma de longa-metragem traz Mariana Ximenes e o normalmente divertido Bruno Garcia em papéis mal desenvolvidos e numa trama porcamente escrita. Mas, o que é imperdoável mesmo é incluir o finado Miele nesta furada…
3- A Quinta Onda
Esse, definitivamente, é mais engraçado do que Zerando a Vida. Infelizmente, o roteiro diverte involuntariamente, pois esse “Pseudo-Crepúsculo” tenta se levar a sério até o último minuto.
Mas sua trama risível, seu romance artificial, seus péssimos diálogos, e seus vários clichês, impedem o espectador de ter um mínimo envolvimento. Nem Liev Schreiber escapa, afundando junto de Chlöe Grace-Moretz que, depois do fraquíssimo Se Eu Ficar, segue à sombra de seu sucesso como Hit-Girl em Kick-Ass.
2- Zerando a Vida
Não seria uma lista de piores do ano se não contasse com a ilustre presença de Adam Sandler. Pois a porcaria da vez é um clichê (em formato de história) sobre um apático bancário (David Spade) que tem a oportunidade de mudar de vida ao simular a própria morte com a ajuda de um velho amigo.
Mais ofensivo do que engraçado, Zerando a Vida é mais uma prova do sadismo de Adam Sandler, que parece importar-se cada vez menos com sua já maculada carreira.
1- Virei um Gato
Contando com a inexplicável presença de Kevin Spacey, Virei um Gato é uma bomba de proporções nucleares e que jamais deveria ter chegado aos cinemas.
Despertando curiosidade (mórbida) apenas pelo fato de ter atraído atores do calibre de Christopher Walken e Jennifer Garner, o “roteiro” (sim, entre aspas) do filme parece ter sido escrito pela mais estúpida das crianças e aproveita as mais pedestres convenções para criar uma “trama” que deveria ser inspiradora, emocionante e divertida, mas que só consegue despertar ira, náuseas e um perigoso desejo suicida… Sem falar no péssimo “CGI” empregado para dar vida ao gato do título.
Outros filmes de qualidade questionável:
- Independence Day 2
- A Lenda de Tarzan
- Convergente
- Em Nome da Lei
- Angry Birds: O Filme
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Minha dica, para começar 2017 com o pé direito, é Manchester à Beira Mar, com atuações memoráveis de Casey Affleck e Michelle Williams.
Não concordou com a lista? Faltou algum filme? Sinta-se livre para se manifestar nos comentários.
Bom fim de ano e que 2017 nos traga ótimos filmes!
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