Os fãs mais assíduos de quadrinhos e filmes, produzidos a partir deles, já estão familiarizados com a máxima que “O melhor da DC Comics, está nas animações“. Sem julgar se é verdadeiro ou não (até porque gosto é extremamente pessoal), pelo menos, dessa vez, a máxima se confirma. Lego Batman: O Filme traz à tona o sombrio e soturno herói na visão mais bem-humorada, desde a célebre série dos anos 60, onde o personagem era interpretado por Adam West.
A direção de Chris McKay é simples e objetiva, direciona o olhar em dois diferente públicos: as crianças, que assistem pelo estilo Lego e os adultos, que embarcam na nostalgia e fanatismo pelo homem morcego.
A Lego já havia demonstrado boa experiência, na tela grande, com o bem-sucedido Uma Aventura Lego (2014), sem decepcionar.
Sem medo do exagero, mas sem perder a essência e motivação que deram origem ao personagem, o roteiro caminha pelas referências de toda a trajetória do personagem nas mídias em que fez sucesso, desde os quadrinhos até ao mais atual Batman V Superman (2016).
A trama do filme ainda traz uma boa mensagem através do conflito do personagem entre a solidão e ter uma família, já que sem o famoso trabalho de equipe, Batman (dublado por Will Arnet na versão americana e Duda Ribeiro no Brasil) não conseguirá salvar Gotham. Assim, deve deixar seu orgulho de lado e trabalhar com Robin (Michael Cera nos EUA e Andreas Avancini no Brasil), Barbara Gordon (Rosario Dawson nos EUA e Guilene Conte no Brasil) e o fiel mordomo Alfred Pennyworth (Ralph Finnes nos EUA e Júlio Chaves), sem parecer brega ou piegas.
O ponto mais forte de Lego Batman é justamente a junção de referências à personagens da Warner, que fazem parte da cultura pop e ao universo de Bruce Wayne.
A grande motivação para que a trama se desenvolva está na “relação amorosa” de vilão e herói, que ocorre entre o Coringa e o Batman. É quase como se fosse uma resposta à pergunta que fazem:
Por que o Batman, simplesmente, não mata o coringa e acaba de vez com isso?
Obviamente, não é intencional, mas a impressão é que o filme responde esse questionamento da maneira mais bem-humorada possível.
Ainda se percebe o capricho no desenvolvimento dos personagens em relação a própria linha de brinquedos. Os momentos em que eles usam, como vantagem, o fato de serem de Lego, são algumas das escapadas visuais mais bem-sucedidas do filme, diferenciando de outras animações que o cinema oferece, deixando o filme ainda mais dinâmico.
Descompromissado, sendo até uma singela homenagem ao personagem de Bob Kane e tendo o objetivo de igualar dois públicos diferentes às mesmas gargalhadas, Lego Batman: O Filme não só cumpre como prova que, um roteiro bem construído e personagens carismáticos, transcendem qualquer gênero escolhido para se contar uma história.
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