Se Independence Day, de 1996, nos mostrou um competente Roland Emmerich, com câmeras versáteis e grandes explosões, além de personagens carismáticos e com alívios cômicos bem pontuais, este 
Roland Emmerich não soube acompanhar os avanços das décadas seguintes, nem seu novo time de atores.
Há 20 anos, surgia um marco no cinema internacional. Com efeitos incríveis à época e um filme que, mesmo recheado de clichês, tem um roteiro aceitável e “comprável”. Independence Day foi um filme controverso: além de ter ganhado o Oscar de melhores efeitos especiais, ganhou, ainda, o Framboesa de Ouro por pior roteiro onde arrecadou mais de 100 milhões. A bilheteria foi muito além disso, arrecadando mais de 800 milhões de dólares, elevando seus atores, o diretor e a Fox a outro patamar.
Logicamente, com a tecnologia sendo inovada ano a ano, é um filme datado e, portanto, é compreensível que haja um reboot, ou uma sequência. Porém, de novo, esbarramos em um roteiro não como o antigo, mas pior. Em Independence Day: O Ressurgimento, quiseram mudar o foco de filme catástrofe para lutas intergalácticas e tecnologias além-mundo. E, para que isso dê certo, seu público-alvo deve estar preparado para essa reviravolta. Se não está, não há o que fazer: o filme vai ser um fracasso, não importante que sua equipe tenha gastado 200 milhões de dólares para fazê-lo.
Com personagens sem carisma, situações forçadas e muito superficiais, temos um relacionamento fugaz entre cientistas à moda Titanic sem propósito, um Bill Pulmann que perde o posto de presidente para um Thomas velho, interno e herói de guerra maluco. Ainda, temos um cientista que é mantido há 20 anos em coma e acorda, tudo isso muito rápido (sem explicação) e ao mesmo tempo arrastado (sem necessidade).
Além disso, temos a nova geração de pilotos para todos os gostos, etnias e gêneros, sendo o chefe deles o filho do Capitão Hiller (Will Smith), interpretado por um inexpressivo Jessie Usher, o qual, pelo simples fato de ser “o filho do Capitão”, tem um mérito inexistente de “o mais respeitado piloto da tripulação”. Somos forçados a engolir uma continuação de gerações sem expressão e sem uma personalidade a qual possamos nos apegar.
Não há flashbacks, afinal é esperado que, depois de 20 anos, lembremos quem é quem ou que tenhamos visto o filme antes de ver este novo. Nem os esforços de Liam Hemsworth, representando a parte nova e Bill Pulmann e Jeff Goldblum, remetendo à geração antiga, foram suficientes para sustentar um filme que tinha tudo para dar certo, mas não deu.
Se você espera uma boa diversão, esse filme está longe disso: é arrastado, tem pouca fluidez e poucos embates, além de situações surreais e que estão no roteiro só por estar, como, por exemplo, um ônibus no meio do deserto cheio de crianças.
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