Foi assim que o público assistiu ao show do Foo Fighters, no Maracanã lotado.
O grupo formado por Dave Grohl, Pat Smear, Chris Shiflett, Nate Mendel e Taylor Hawkins, desembarcou no Rio de Janeiro para sua terceira apresentação solo no Brasil, antes estiveram em Porto Alegre e São Paulo, e não deixou barato.
Promovendo o álbum “Sonic Highways”, lançado em novembro de 2014, a banda não esqueceu sua trajetória, tocando músicas de todos os álbuns, sacudindo o público com hits como “All My Life”, “The Pretender”, “Learn to Fly”, “Monkey Wrench”, “Walk”, “Cold Day in the Sun”, “Times Like These”, “Best of You” e “Everlong”.
Grohl domina o palco com uma facilidade incrível. Sua guitarra distorcida aliada a velocidade do baterista Taylor Hawkins, são uma porrada certa no ouvido dos fãs que não se cansam de pular a cada riff.
Surge a guitarra semiacústica azul e as arquibancadas balançam ao som de “Something for Nothing” e “The Pretender” para logo depois quase virem abaixo ao som de “Learn to Fly”.
A pancadaria continua até Grohl quebrar o ritmo com versões acústicas, quase um show solo, de “Skin and Bones” e “Wheels”, e quando você pensa que a banda vai seguir o protocolo, os músicos voltam ao palco para se juntar ao refrão de “Times Like These”, levando novamente o público a balançar o Maracanã.
Seguem as guitarras rasgadas, até que chegam os covers. E que covers, amigos!
É hora de Grohl e parte da banda darem um pequeno presente aos menos afortunados, para a galera da “pista popular”, que se espremem na grade para estar um pouco mais perto do ídolo.
Ele vai até o final da passarela e de lá canta, acompanhado pelo estádio inteiro, Detroit Rock City – Kiss, Tom Sawyer – Rush, Stay whit me – Faces e Under Pressure – Queen (terminando com “vocês querem ouvir mais uma do Foo Fighters? Ok, vamos ver o que acontece… o show começa agora”).
E a pancadaria recomeça com “All My Life” e 64 mil vozes como backing vocals gritando cada refrão até que a noite termina com o hit “Everlong”. Incrédulos, poucos baixam as mãos, gritos aqui e ali e a espera pela volta que não acontecerá.
Um show que ficará marcado na memória de cada um que esteve presente.
Grohl é a antítese do glamour do rock n’ roll, se divertindo a cada música, tocando no gigantesco palco como se estivesse em um pub, ele consegue arrancar sorrisos dos corpos cansados após quase duas horas e meia de show.
Não, você não vai encontrar nenhum Kirk Hammett nas guitarras, tão pouco Sebastian Bach ou Bruce Dickinson nos vocais. Com um rock simples e refrões que “grudam”, os “Heróis” fizeram tremer o Maracanã do gramado à arquibancada, mesmo nas versões acústicas, como a da balada pesadona “Wheels”.
O público se identifica com cada gota de suor derramada por Grohl e sua banda, cada grito e sussurro é recebido e respondido com gritos e aplausos de uma gigantesca platéia que estava pronta para ouvir tudo outra vez com o mesmo entusiasmo de antes de pular, gritar e aplaudir durante as mais de duas horas que passaram.
É essa identificação com o público que faz do Foo Fighters uma das grandes, senão, a grande banda dos anos 2000.
“Lá vai o meu herói. Ele é comum”.
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