A história cinematográfica nos faz o favor de recordar: foram poucos os filmes que foram bons, cuja origem seja de games. Mas, talvez, “Warcraft: O primeiro encontro de dois mundos” tenha quebrado uma barreira importante, criando um filme maravilhoso dessa origem duvidosa que é o mundo dos games. Talvez agora, a partir dele, roteiristas e diretores arrisquem mais nesse segmento e façam produções mais acertadas.
Não existem lados antagônicos. No início do filme, isso é deixado bem claro na humanização e romantização dos Orcs (talvez um pouco exagerada), que são os chefes da Horda. De maneira muito bem colocada, existem personagens bons e ruins dos dois lados. Uma manobra arriscada no roteiro, que poderia comprometer a história para quem não é fã. De novo, a equipe foi certeira e essa é uma das partes interessantes do filme.
A forma como a narrativa é contada tem algumas falhas, possui alguns cortes abruptos entre cenas, algumas coisas não são explicadas muito bem (como por que o Guardião é diferente da classe dos humanos, ou o que exatamente são os anões dentre as outras classes), mas são erros muito pequenos ao olhar o todo e com olhar mais crítico nessa superprodução de Duncan Jones.
O timing entre as lutas e os diálogos estão na medida. A música remete à uma batida incessante de raças que estão em guerra e querem a destruição. E algo pode ser dito, sem dúvidas: é um filme que vale a pena.
Para quem é leigo e não conhece nada do game, é aquele típico filme que cativa e que, talvez, seja exatamente o que a Blizzard queria: trazer o público que não sabe nada para mais perto do universo Warcraft. Para quem já é fã, pode se surpreender com os personagens e as referências. Os efeitos especiais ficaram espetaculares e as atuações estão bem marcadas com um time de atores não tão conhecido, mas que merecia esse reconhecimento, como Travis Fimmel, que atua num dos papéis de maior destaque. Porém, a atuação do rei é mediana, talvez pelas atuações ao redor, ou pela escolha do ator, Dominic Cooper.
Warcraft tem tudo para ser bem recebido nas bilheterias, se as pessoas derem uma chance a ele.
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