Olhe para as estrelas
É um aviso que devemos ter. Contemple-as. Há diversas delas. Diversas interpretações. Diversas vidas jogadas aos cosmos nos mostrando que somos apenas resquícios no meio da infinidade original. Somos pequenos demais para desperdiçar o tempo em coisas fúteis. Por isso temos nossas lembranças, imagens, conceitos, pensamentos, esperança, jogadas à poeira cósmica.
O filme aborda a questão: o que aconteceria com o mundo, com as pessoas, como elas reagiriam se um ser desse porte estivesse aí fora, batendo na sua porta?
Essa questão é abordada principalmente na estrutura narrativa do filme: lembranças são fragmentadas. Você não lembra tudo de uma maneira correta, é preciso direcionamento, foco, maturidade (não é a toa que a cena de Clark brincando com o cachorro com a capa atrás das costas é mostrada no final do filme). Ele está andando pelo mundo, conhecendo o mundo em que ele terá que tomar uma decisão de ser uma pessoa que usará seus dons para o bem ou para o mal.
No outro lado temos uma consolidada jornalista, Lois Lane, ganhadora do premio Pulitzer, atrás de um homem que faz feitos incríveis. O filme aborda essa passagem de maneira rápida, porém. Assumo isso como uma opção interessante do diretor Zack Snyder, mostrando a perspicácia da jornalista, honrando sua rapidez e sua personagem do cânone quadrinhesco do Superman.
Outro ponto interessante é o conhecimento que Lois tem de Clark já um pouco antes de tornar-se Superman. Temos que ser realistas: o disfarce dos óculos não cola mais. Já foi a época da ingenuidade dos filmes para detalhes tão ridículos. Podemos ter ingenuidade, sim, no sentido de abordagens de personagem, tornando-o melhor apresentado por explicações um pouco além do necessário.
Acompanhando o filme temos a inspiradíssima trilha de Hans Zimmer para a nova versão do mais famoso herói de todos os tempos. Não nos lembramos, em momento algum da icônica trilha de John Williams. Apesar de magnífica, ela não seria adequada para este filme, de jeito nenhum. Ainda na trilha, note a cena do primeiro vôo. As imagens, a narrativa, combinada com a leveza da faixa “Flight” do álbum, dão ao momento uma sensação de cumplicidade, de conhecimento a si próprio, de honestidade com o personagem. Simplesmente magnífica.
Se eu posso resumir o filme em uma palavra, digo “lembrança”. O filme martela constantemente nesse ponto. É através do painel de metal líquido de Krypton, através do álbum de lembranças da Martha Kent (a única coisa que ela retira da casa em pedaços) ou a própria maneira de contar o filme.
É claro que o filme não é isento de erros. Por ter uma classificação etária de 12 anos, o filme “necessita” explicar muitas coisas, deixar o filme bastante mastigado (o que facilita as pessoas digerirem melhor), porém torna algumas situações fáceis demais. Entretanto, são detalhes que podem muito bem serem ignorados.
E você, o que fará quando não estiver salvando o mundo? Bem, eu estarei esperando pela continuação de “Homem de Aço”. Ansiosamente. Para o alto e avante!
Classificação: ÓTIMO
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Homem de Aço (Man of Steel)
Sinopse: A história do Homem de Aço ganha um novo início no cinema. Após Kal-El chegar à Terra depois da destruição de Krypton, ele é adotado pelo casal camponês Martha e Jonathan Kent e assume a identidade secreta de Clark Kent. Mas dois vilões de seu planeta natal também sobrevivem e é o Superman quem deverá enfrentá-los: o General Zod e sua parceira, Faora. Direção: Zack Snyder Elenco: Henry Cavill, Amy Adams, Russell Crowe, Michael Shannon, Diane Lane, Kevin Costner, Antje Traue, Laurence Fishburne, Jadin Gould. Gênero: Ação Duração: 148 min. Distribuidora: Warner Bros.
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