O último caçador de bruxasQuase no Halloween, o Brasil recebeu nos cinemas O último caçador de bruxas, nova produção de Hollywood em que o sobrenatural atormenta a humanidade. O herói que silenciosamente ajuda a manter a paz e o mal longe dos homens é Kaulder, que pode ser definido como um Vin Diesel ao estilo Highlander: um guerreiro que luta contra a praga que um dia arruinou sua vida, as bruxas.

Em 1200 e alguma coisa, ele matou a Rainha (Julie Engelbretch) delas, mas não antes de ser amaldiçoado com a imortalidade. Isso fez dele o candidato perfeito para agir eternamente em nome do grupo Machado & Cruz, investigando e, quando necessário, capturando os acusados de usarem mágica contra as pessoas, levando-os a julgamento por um conselho que deseja impedir uma nova guerra com os humanos.

Hoje não mais tão poderosas quanto já foram, muitas até com pouca noção de suas habilidades, as bruxas ainda circulam entre nós e é trabalho de Kaulder garantir que não prejudiquem os homens.

Algumas coisas nesse filme são icônicas:

– O incrível Kaulder tem um ajudante genericamente chamado de Dolan (primeiro Michael Caine e depois Elijah Wood); um cara normal, como eu ou você, que faz o espectador identificar-se melhor com a história. Aliás, os Dolan são sempre padres. Pareceu familiar? A luta da Igreja contra o mal? Pois é.

– Kaulder tem um carro maravilhoso, porque claramente o carro da moda é um acessório indispensável quando se é agente de uma organização tão antiga e poderosa quanto Machado & Cruz – mesmo quando se é um guerreiro de oitocentos anos que muda a identidade periodicamente e, portanto, tem de manter-se discreto.

– Muitas plantas e/ou insetos são sempre encontrados nos covis de bruxas, como uma associação entre natureza, morte e magia (branca e negra).

– Não se pode esquecer também daquela lógica de detetive que só o próprio detetive entende – porque Kaulder é incrível assim. Não, nem todos tem a sua mente afiada, sinto informar.

Há algumas batalhas ao estilo bem x mal, como se espera que sejam e, em todas elas, nem tudo é o que parece ser – especialmente porque quando jogam um feitiço em Kaulder, é sempre um que bagunça seus pensamentos. Nunca +O último caçador de bruxasum fisicamente incapacitante, por exemplo. Um bom Avada Kedavra que resolva os problemas não existe nesse
universo – uma limitação bem chocante para bruxas imortais.

O fogo é um elemento que aparece bastante e, quando invocado por magia, é impossível de conter. Contudo, há uma razão para bruxas terem sido queimadas na fogueira, de forma que Kaulder também consegue usar esse recurso contra os usuários de magia. Um pouco confuso isso.

Tudo caminha para uma batalha épica ao final, que acontece depois de pequenas reviravoltas, e chega-se a um desfecho sem grandes surpresas. É uma produção com mais valia pelos recursos empregados do que pela originalidade do roteiro.

Author

Universitária, escritora de contos presos na gaveta, nerd e "apenas uma dessas pessoas estranhas".

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