“Deixe que a dor se torne sua inspiração e aí você dirá algo em que as pessoas vão acreditar.”
Essa frase tirada do longa-metragem Eu só posso imaginar (“I Can Only Imagine”) de Andrew Erwin e Jon Erwin, nos mostra que a arte, seja ela qual for, tem que ter alma, e é exatamente o que falta no filme. O longa peca no ritmo, na direção de atores, na montagem e principalmente na essência da história, o público alvo do projeto implora por uma mensagem, por milagres, por razões que através do filme possa tocar os corações e transforma-los, eles querem ver crenças e nada no filme é crível.
Um ponto muito relevante no filme é a busca da verdade para poder compor uma música e interpreta-la. Mas a história é contada sem muito compromisso, sem nenhum cuidado, até mesmo o nosso querido ator Dennis Quaid, que interpreta Arthur pai de Bart (J. Michael Finley) no filme, não consegue passar nenhuma emoção, tudo é muito mecânico, ele faz o papel de um pai rude, um esposo monstro e que ainda possui uma doença terminal, mas nem com toda essa bagagem o personagem passa algum tipo de sentimento.
Sabemos o porque a mãe vai embora, mas o motivo dela deixar o filho não é mostrado, fica no ar e nada mais sabemos sobre a mãe, com isso perdemos o interesse na dor do garoto.
O que ficou claro é que o importante no longa, era a letra da música e com isso o filme se perde na historia em torno da canção, pois o devido cuidado e toda a emoção que o filme precisava ter, não aconteceu. Os detalhes importam demais, os irmãos diretores miraram só em uma direção, e não se importaram com os detalhes, o tempero da composição, foi a dor, o sofrimento, foram eles que fizeram a música ter sucesso. Mas os envolvidos no projeto não se atentaram a isso.
A canção fez muito sucesso aqui no Brasil, a banda MercyMe é muito popular, a música “I Can Only Imagine” – a protagonista desse longa – foi regravada por alguns cantores gospel. Pelo menos aqui no Brasil, esse filme tinha tudo para dar certo, para ter o sucesso digno da sua protagonista, a canção…
Por isso volto a dizer: O filme, de fato, precisava ser mais visceral, mais exagerado, mais explorado. O público alvo do longa necessita ver e sentir a dor, e por fim se emocionar em ver a fé se materializar…
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