A sedutora Flor (Juliana Paes) moça recatada que vive seus amores em metades inteiras. Ainda jovem fica viúva de Vadinho (Marcelo Faria) um boêmio malandro, sozinha, acaba se casando novamente com o corretíssimo e sistemático Teodoro (Leandro Hassum). Quando Vadinho volta em espírito, dona Flor fica dividida entre desejos, felicidade e como lidar com dois maridos.
Um clássico do cinema nacional de 1976 tem no elenco: Sônia Braga, José Wilker, Mauro Mendonça e Nelson Xavier, mas em pouca coisa se deve comparar essa versão de 2017, são peças bem distintas.
Como mencionado pelo diretor Pedro Vasconcelos o ideal seria fazer “Um jogo para se ler o livro e apreciar o filme depois” segundo o diretor o filme teve apenas trechos retirados do livro em que teve apenas o prazer de amarrar, e se aprofundar em retratar exatamente o que se tem no livro.
Juliana Paes como Flor é uma escolha muito certeira dos produtores, familiarizada com obras de Jorge Amado em trabalhos anteriores e uma crescente muito grande em suas atuações o papel é bem firme, assim como dos demais personagens que são bem caricatos na obra, Marcelo Faria já vivia Vadinho a 5 anos no teatro, já Hassum traz o seu carisma para um personagem quem precisa desse carisma, diálogos poéticos e sotaques e algo gostoso do longa-metragem.
Abordando temas que são bem discutidos atualmente como Violência doméstica, espiritualidade e o “moralmente correto” o filme abriu apenas uma pequena janela para o diálogo sobre os assuntos, mas em momento nenhum foi o foco do longa.
O roteiro acabou não sendo ruim, mas faltou alguma coisa, um toque e acredito que as escolhas de trilhas e sons deixaram isso bem amostra, em alguns momentos não despertando a sensação de tocar o público e nos fazer imergir na história. Não caracterizar as trilhas como algo do ambiente do filme fez com que se perdesse o sentimento de determinadas cenas, além de tocar as mesmas duas músicas o tempo inteiro. A dualidade entre os dois maridos fez falta e claramente os personagens não tiveram o mesmo peso para a protagonista, outro ponto indicado pela trilha sonora.
Uma aposta na grande popularidade de sua primeira versão cinematográfica, faz com que chame o grande público ao cinema, que encontrarão um aspecto de cor e estético modernos sem perder o toque nostálgico da sua época contextual, visualmente de encher os olhos, uma fotografia boa, flashbacks que funcionaram muito bem.
A direção do filme é bem razoável levando em consideração as trilhas selecionadas, no geral “Dona flor e seus dois maridos” é um bom filme, nada além disso, acredito que não vá alcançar o mesmo sucesso de bilheteria que seu antecessor, tanto pelo potencial do filme, quanto pela concorrência em cartaz, o filme fica com a nota 2,5 de 5. Esta dentro da média aceitável.
Comments are closed.