Produzido pelo “maníaco das explosões”, Michael Bay, As Tartarugas Ninja trouxe em 2014 uma versão repaginada dos quelônios.
Duramente criticada durante sua produção, o filme de pouco em pouco foi ouvindo as reclamações dos fãs, mas os roteiristas, ao lado do diretor Jonathan Liebesman, ainda pareciam em conflito e, com isso, o que acabou chegando aos cinemas foi uma bagunça explosiva, barulhenta e extremamente boba.
Entretanto, o público comprou a ideia e alçou o filme ao status de blockbuster, faturando quase 200 milhões de dólares somente em solo norte-americano. E como costuma acontecer em Hollywood, o filme se transformou numa franquia, gerando este novo exemplar, Tartarugas Ninja 2 – Fora das Sombras.
Novamente roteirizado por Josh Appelbaum e André´Nemec, esta sequência coloca as tartarugas novamente em rota de colisão com o vilanesco Destruidor (Brian Tee, caricato) ao passo em que têm de lidar com o surgimento de um misterioso cientista que parece ter fabricado uma substância que transforma animais em humanos e vice-versa.
Como deve ter dado para perceber, é uma trama dificilmente de ser levada a sério por adultos. Felizmente a dupla de roteiristas parece ter aprendido a lição, concebendo uma história que de tão absurda chega a ser ridícula, porém jamais se levando a sério. Com isso, eles não hesitam em apresentar híbridos de humanos com animais ou até mesmo um cérebro alienígena falante (!). Mas isso também não evita um relaxamento, desencadeando uma série de furos inacreditáveis e diálogos terríveis (isso pra não mencionar a artificialidade da apresentação DUPLA do cientista Baxter Stockman)
Consciente do material que tem em mãos, o diretor Dave Green tenta disfarçar os problemas narrativos através da ação desenfreada e das imagens deslumbrantes. Assim, somos bombardeados por todo o material da grife Michael Bay, como explosões, piadas fora de hora e muita câmera lenta. Se isso funciona, aí já é outra história…
Novamente contando com a lânguida presença de Megan Fox, o elenco é extremamente irregular. Se Megan Fox, mesmo depois de 10 anos (e muitos filmes de qualidade duvidosa) ainda não conseguiu mostrar talento (ou o mínimo de carisma), Will Arnett é outro que não consegue se provar no cinema, ficando longe de seus paulatinos sucessos televisivos. Quanto aos estreantes, Stephen Amell (o Arqueiro Verde da TV) decepciona com uma performance insossa, e Tyler Perry surge como forte candidato ao Framboesa de Ouro de pior ator coadjuvante.
Já os efeitos especiais só impressionam mesmo quando as tartatugas estão em cena, evidenciando o meteórico avanço da tecnologia de captura de performance e permitindo movimentos e até expressões extremamente realistas e orgânicas por parte das criações digitais.
Nos poupando de uma cena pós-créditos, As Tartarugas Ninja 2 é mal escrito e pessimamente atuado, mas que ao menos trata com a devida dedicação os verdadeiros astros da produção, resultando num filme moderadamente divertido, mas facilmente esquecível.
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