Desde 2002, com Casamento grego, damos boas risadas com os Portokalos, família de imigrantes que vive nos Estados Unidos. Eles são simpáticos, malucos, intrometidos e unidos de um jeito que representa todas as famílias – especialmente as grandes e barulhentas. casamento grego 2Aqui no Brasil, ainda por cima, onde todo mundo descende de alguma coisa, é difícil não olhar para as excentricidades deles e não se identificar com algum hábito que você próprio herdou de parentes que são brasucas, mas com um toque de algo a mais. Nia Vardalos meio que virou a cara dos descendentes de gregos e assinou e protagonizou esse roteiro que, francamente, nos representa.

Já estaríamos satisfeitos com esse filme, mas Vardalos não, e ela resolveu escrever uma sequência para os Portokalos: Casamento grego 2. Paris (Elena Kampouris), filha de Toula (Nia Vardalos) e Ian (John Corbett), já é uma adolescente prestes a sair de casa para começar a faculdade, e sua família continua tão grega e louca quanto sempre. Toula e Ian são os típicos pais corujas que têm dificuldade em ver uma filha crescida, e Paris é a adolescente tentando encontrar o próprio lugar no mundo quando os Portokalos (como qualquer família) já têm uma opinião sobre o que ela deve ou não fazer.

O novo drama da família acontece quando se descobre que Gus (Michael Constantine) e Maria (Lainie Kazan), pais de Toula, nunca foram oficialmente casados. É com esse abalo que começa o Casamento Grego 2. E, novamente, você vai rolar de rir com o roteiro de Vardalos.

É engraçado justamente nas minúcias, os detalhes menos importantes, porque você imagina seus próprios parentes fazendo a mesma coisa. Basta estar solteiro para vir uma tia ou uma avó perguntar sobre os namoradinhos(as) ou dizer que conheceu alguém ideal para você; se está confuso sobre a faculdade, não diga em voz alta a não ser que queira ouvir sete pessoas diferentes casamento gregodizendo porque a carreira delas é a que você deve seguir. Mais importante: se sua família for unida ou morar próxima demais, jamais diga que está com um problema a não ser que queira que todos baixem em sua casa de uma única vez. Na verdade, esse é um risco que você sempre correrá se morar a distâncias equivalentes a uma caminhada: parentes entrando e saindo de casa a qualquer hora do dia. E não conte uma novidade a ninguém se não quiser que todos saibam em menos de 48 horas, incluindo o seu tio que mora no Amazonas.

Soa sufocante, e realmente é, mas também é hilário e maravilhoso viver em família, e os Portokalos têm de tudo: a prima piriguete, a tia-avó biruta, aquele tio com quem seu pai não fala direito por um motivo idiota (e todos vivem brigando com os dois para fazerem as pazes) etc. É claro que a realidade não é exatamente como se vê nos filmes, mas Casamento grego 2 chega bem perto. Pelo menos, é bastante próximo do que se tem como ideal de parentes: todos têm problemas, e isso não faz com que ninguém se ame menos.

Eu ri, e não foi pouco. Posso não ser grega, mas não é necessário chegar a tanto para se aproximar dos seus dramas e amar os Portokalos. Eles são o retrato do que se espera de uma família: louca, irritante, linda e, quando menos se espera, unida.

Nia Vardalos, você arrasou de novo!

Author

Universitária, escritora de contos presos na gaveta, nerd e "apenas uma dessas pessoas estranhas".

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