Após algumas comédias bem-sucedidas e uso do humor “moleque” em alguns filmes conceituados,Cães de Guerra os atores Jonah Hill (Anjos da Lei) e Miles Teller (Whiplash) com o diretor Todd Phillips resolveram fazer uma junção dos dois em Cães de Guerra.

O filme, baseado em fatos reais, conta a história de dois traficantes de armas em um Estados Unidos pós 11 de setembro, uma época onde o país estava interessado em qualquer tipo de contrato que os deixasse armados até os dentes para conseguir sua famigerada vingança. Algo que todos nós acompanhamos no noticiário.

O filme segue um padrão diferente de narrativa, escolhe contar através de capítulos a sua história, fazendo alusão do livro e dando margem para que o espectador não se canse do enredo e entendendo todos os acontecimentos detalhe por detalhe, incluindo as explicações técnicas de como os esquemas eram feitos e como era possível, através dele, faturar milhões de dólares.

Uma escolha criativa dos roteiristas que funciona.

Desde a apresentação dos personagens, o roteiro não economiza em encaixar uma piada, algo que é característico nos filmes de Todd Phillips, o mesmo diretor da trilogia “Se beber não case”. Isso funciona algumas vezes, arrancando risadas em momentos simples, como na risada caricata do personagem de Jonah Hill. E, ao mesmo tempo, traz um tom um pouco juvenil para um filme que apresenta um caso muito sério, deixando algumas piadas fora de timing, nada que estrague, mas que chama atenção.

Ambos, Jonah e Miles, trazem boas performances, mostrando que tem química tanto para a comédia, quanto para as poucas cenas de drama que o enredo possui. Ambos os personagens vão se desenvolvendo e no plot twist conseguem achar bons momentos, segurando a atenção do espectador apenas com o dialogo bem construído, criando momentos de tensão no filme, saídas criativas e bem-humoradas. Como por exemplo no cinismo do personagem de Teller: era contra a guerra e a invasão dos EUA no Afeganistão, mas não exitou em trabalhar de forma fraudulenta na mesma indústria que antes condenava, por dinheiro. Conflito interessante para um personagem cheio de questionamentos, que é bem apresentado no filme. Em alguns momentos, a interpretação de Hill é exagerada, sem nenhum motivo.

Cães de Guerra

O filme possui a participação de Bradley Cooper (Se beber não case), que faz um negociante de armas lendário, porém sua participação é apagada e fraca, parece que serviu como uma ferramenta de roteiro para desenrolar os nós que foram criados na história.

A direção de Todd Phillips é boa, parece que bebeu na fonte de inspiração de filmes como o excelente “Lobo de Wallstreet” (Martin Scorcese) e alguns de ação renomados, como “Cães de aluguel” e “Rock”.

O elo fraco do filme está no exagero, em todos os aspectos, a mudança de cor brusca quando está em Miami e quando ele se ambienta no Afeganistão. Na interpretação de Jonah Hill em alguns momentos, nas piadas fora de hora deixando em alguns momentos a cena non sense e trazendo um tom juvenil desnecessário à história, o alto teor (compreensível no contexto) de “fucks” entre outros palavrões.

Sem correr riscos e com roteiro rápido, dinâmico, com poucas falhas, lotado de sarcasmo e boas interpretações do elenco, Cães de Guerra é uma boa opção de comédia para os mais céticos do gênero e para os mais entusiastas.

Author

Crianção desde 1990, sempre encontra o bom humor como saída pra quase tudo que tinha que ser sério nessa vída. Apaixonado por Cinema, séries, Tv (aberta ou fechada), parques (abertos ou fechados), pernas (abertas ou fechadas). E Super heróis, mesmo quando tentou ser o Homem Aranha e caiu da estante, machucando o braço (o amor doí).

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