Em Ritmo de Fuga (Baby Driver). O título não é nada favorável à esse grande filme, mas esqueçam, em ritmo de fuga não se apeguem a isso.

Sinopse

O jovem Baby (Ansel Elgort) tem uma mania curiosa: ele precisa ouvir músicas, o tempo todo, para silenciar o zumbido que perturba seus ouvidos desde um acidente na infância. Mesmo assim, o rapaz revela-se uma motorista excelente, e começa a trabalhar para uma gangue de criminosos. Quando um assalto a banco não sai como planejado, ele cai na estrada.

O dia dia de Baby é regido por música, a escolha do ritmo é feita através do seu estado emocional. Uma narrativa que sem a música, não existiria, elas unificaram-se de uma forma tão peculiar, nesse longa, que seria impossível dissociar.

Sabe quando o som do filme parece ter sido pensando antes mesmo do roteiro? Lucrecia Martel, é esse o nome do gênio dessa técnica e pode ter sido referência para Edgar Wright. Pois é, adoro filmes assim e esse seria perfeito para as minhas referências de roteiro.

Suspense, ação, drama e comédia num só filme, mas no tempo e ritmo certo para a desenvoltura do arco dramático da história, com uma paleta de cor rica, uma arte e uma fotografia (Bill Pope) belíssima, que muitas vezes te transporta para outra época, mesmo sabendo que você está em um momento mais atual, mas tudo para bailar com a melhor trilha.

em ritmo de fuga

Som, Arte e fotografia pensadas para que o espectador viaje na magia do filme. E sem esquecer da montagem precisa de um plano ao outro…

Você é muito f***, Edgar Wright!

Edgar Wright, sabe trabalhar a mise-en-scène, os atores e a sonoridade são conduzidos como um Ballet, tudo se resume em tempo e ritmo.

Como diz Sam Adams, Slate “até as metralhadoras atiram na mesma batida da trilha sonora”. Concordo! E pode anotar aí: esse longa será um dos melhores filmes do ano de 2017.

Os momentos de fuga a pé e com os carros, as poucas sequências de planos e os vários belíssimos e perfeitos planos-sequência de tirar o fôlego, já valem o ingresso.

Para quem gosta de filmes de ação com muitas reviravoltas inteligentes, música boa e atuações belíssimas, esse filme tem tudo a ver com você. Não deixem de ver e de prestigiar Edgar Wright, esse realizador competente e comprometido com o cinema.

Author

Cineasta formada pela Academia Internacional de Cinema. Produtora audiovisual, dirigiu o curta metragem "4:23" em 2016 e "Dissonantes" em 2017.

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