1926. New Scamander, um magizoologista britânico, faz uma viagem a Nova York. Em sua maleta ele carrega animais fantásticos, mas quando alguns deles escapam ele tem que usar de seu conhecimento para recapturá-los sem causar muitos Animais Fantásticosdanos ou mesmo ser notado pela comunidade bruxa norte-americana – que tem regras  muito mais rígidas sobre exposição aos trouxas.

Esse filme se trata de um spin-off de Harry Potter que se passa 70 anos antes da aparição deste. O roteiro se baseou em um livro da escritora J.K. Rowling onde, na verdade, temos mais um catálogo sobre animais mágicos e não uma história em si, assim já temos um ponto positivo: não há muito o que comparar entre obra escrita e obra filmada aqui.

Não tendo lido o livro nem ao menos visto o trailer, fui as cegas para o cinema. Assim que o logo da Warner apareceu com a música tema de Harry Potter ao fundo já senti um arrepio que prometia coisa boa vindo.

Apesar de não se passar na mesma época nem mesmo no mesmo local a sensação ambiente é igual. J.K. Rowling tem uma capacidade incrível de escrever histórias que te fazem imergir completamente na trama, fica fácil comprar a ideia de que aqueles animais realmente existem ou que é plausível alguém entrar em uma mala.

Mesmo com 02 horas e 13 minutos de duração, o filme passa de forma fluida e cativante. Inclusive, ter contato com outras sociedades bruxas ao redor do mundo traz um frescor ao tema, o que pode garantir o interesse por essa trama caso continue rodando por várias comunidades.

Os efeitos são bem produzidos, a fotografia é agradável e fortifica a sensação de um ambiente mágico. animais-fantasticos-ceenaA trilha sonora adiciona o que faltava de fantasia à trama, sabendo mesclar bem músicas que seguem a linha dos outros filmes da saga Harry Potter com músicas que se encaixam perfeitamente à época em que o filme se passa.

Quanto ao elenco acredito que quem mais se destaca é Ezra Miller no papel de um rapaz introspectivo e em conflito consigo e com o mundo. Eddie Redmayne é um ótimo ator sem dúvidas, mas sinto que as produções vêm focando muito em uma característica que parece ser própria do ator: um certo charme ou simpatia escondida pela timidez, o que acaba ficando um pouco repetitivo.

Katherine Waterston e Alice  Sudol ocupam papéis cativantes e com certeza ganharão a simpatia – cada uma com suas peculiaridades, mas não acho que sejam personagens que conquistarão corações. Dan Fogler pode ser “apenas” o alívio cômico da trama, mas é extremamente necessário, inclusive em alguns momentos acredito que ele ganhe mais espaço do que os personagens principais.

Minhas poucas críticas ao filme ficam em dois pontos:

  • Colin Farrell , que é um ator canastrão, não faz mais do que a si mesmo e não merecia um papel de tanto destaque. Em um certo ponto o caráter do personagem fica confuso e mudando de faceta de minuto em minuto, eu não sei se isso foi propositalmente construído no roteiro ou só da atuação dele que foi ruim.
  • Um acontecimento nos momentos finais do roteiro desrespeita a inteligência dos expectadores. [SPOILER/] Ao obliviar a memória de uma cidade inteira pela chuva, até mesmo quem estava dentro de casa foi atingido, porque então Jacob Kawalski só teve sua memória apagada ao sair do metrô? [\SPOILER]

Ah! E ainda temos uma pequena participação de Johnny Depp, que mesmo merecendo ser abandonado por seu público após suas últimas polêmicas, consegue impressionar com sua atuação em poucos minutos.

Mesmo com os pontos que considero negativos um novo mundo de encantamento se abre, em todas as suas possíveis interpretações. Com certeza será uma saga que agradará aos pequenos que estão conhecendo Harry Potter só agora, matará as saudades dos potterheads e será um entretenimento lúdico para aqueles que não fazem ideia do que se trata.

 

Author

Fotógrafa, publicitária, traça de livros e apaixonada por cinema.

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