“O diabo mora nos detalhes”, realmente o diretor Stuart Hazeldine de A Cabana não se atentou a frase e pecou do inicio ao fim explicando e detalhando o filme, o transformando em um longa cansativo e chato.
Na história, baseado em um best-seller escrito por William P. Young, e que carrega milhões de fãs, Mack, tem sua filha mais nova raptada e morta após um passeio pelas montanhas. Mack então se arrasta feito um fantasma com essa tragédia, que aos poucos vai destruindo sua vida. Mas ao receber uma carta enviada pelo Papa, que faz um convite a comparecer ao local do assassinato da filha, Mack vê, aos poucos, a sua vida mudar.
Realmente uma direção, até certo ponto, desafiadora por se tratar de um best-seller, mas não vi nenhum cuidado vindo da direção por conta disso. Zero de emoção e com uma narrativa cheia de
clichês, extremamente brega e oca.
A trilha chorosa o tempo todo presente, uma forçação de barra para levar o público às lágrimas.
Eu achei que choraria do início ao fim, mas, na verdade, fiquei de fato entediada.
Ética, foi o que faltou nesse filme. As músicas e as atuações serviram para manipular o público, é explicito a covardia do diretor.
Roteiro ruim, atuações péssimas. O coitado do ator Sam Worthington se esforça para carregar o filme nas costas e, realmente, é o único que consegue passar algo.
Autoajuda de quinta que, infelizmente, não soube usar o talento da atriz Octavia Spencer.
Sei o quanto é difícil fazer cinema, e será sempre desafiador em qualquer contexto, mas não sejamos covardes, o público não merece, muito menos o público desse cultuado best-seller.
Mas para não dizer que só tiveram coisas ruins…
A americana, Octavia Spencer que vive Deus no longa, esteve no Brasil para o lançamento deste drama religioso, disse que amou interpretar o todo poderoso.
”O que espero é que o filme ajude as pessoas a se examinarem a fazerem uma autoavaliação e mudem para se tornarem o melhor possível, porque você muda o mundo primeiro mudando a si mesmo. A mensagem do livro é sempre de cura”
Simpática e totalmente no clima do filme, Octavia Spencer afirma que fala com Deus todos os dias.
“Você não pode ter um dia ruim começando assim. É diferente encarar o todo poderoso. Eu também sou uma serva e filha de Deus. Minhas conversas com Deus são um pouco esquizofrênicas”.
Ela se preparou lendo livros sobre cristianismo, teve um trabalho pessoal com um pastor local e encarou como se fosse uma mãe que reencontra um filho e não realmente um Deus. Defendeu também dizendo que não acha que o filme esteja fazendo uma apologia ou dizendo que Deus é uma mulher e negra, mas que a mensagem é que Deus está em cada um de nós.
Octavia, que há mais de um mês concorreu ao Oscar de melhor atriz coadjuvante, falou sobre ter trabalhado com a atriz brasileira Alice Braga, que também está no elenco de “A Cabana”. “Não tive nenhuma cena com a Alice, mas sou fã do trabalho dela. E a cena dela, na verdade, é uma das minhas preferidas no filme”.
Ao ser questionada sobre o que diria ao presidente dos EUA, Donald Trump, Octavia faz um pequeno silêncio e diz:
“Acho que a mensagem para o Trump seria a mesma para todo mundo: amem uns aos outros.”
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