Amityville tem a casa assombrada com mais filmes da história do cinema.
Você não precisa ter visto as sete sequências, remakes e todos filmes não citados sobre a suposta casa de Amityville, para entender o novo filme da safra.
O mais interessante é você saber a história verídica dela e ligar os pontinhos ao assistir o novo filme Amityville: O despertar.
As histórias sobrenaturais, desta casa, começam em 1965, quando a família Defoe a compra na Avenida Ocean, 112. No dia 13 de novembro de 1974, essa mesma casa, vira palco do assassinato brutal desta família (pai, mãe e irmãos), tendo como único sobrevivente, do massacre, o filho mais velho, Ronadl Jr, o Buch. Até hoje Buch, que está preso em Green Haven, Nova York, condenado há 100 anos de prisão, não sabe explicar o que o levou a matar todos de sua família.
Um ano depois deste massacre, a casa foi vendida para a família Lutz que, mesmo levando um padre para abençoar o local, ficaram somente 28 dias no novo lar, pois fenômenos assombrosos aconteceram (enxames de moscas tomando conta dos ambientes de forma assustadora; portas e janelas abrindo de forma abrupta; sons de tiros; visões de fantasmas).
A família Lutz foge e chama o escritor Jay Anson para escrever um livro, lançado em 1977 (“Horror em Amityville”), que descreve os acontecimentos macabros que lá existiram e serviram de base para a produção do primeiro filme de terror sobre ela, lançado em 1979.
Desde lá, houveram sequências até 1996 e, em 2005, o remake “Horror em Amityville” com Ryan Reynolds e Melissa George, que teve grande sucesso de público e critica.
Tanto em ”Horror em Amityville” e o novo Amityville: O despertar uma coisa é certa: quem morar nesta casa assombrada estará trazendo sérios problemas para sua vida.
No filme, que estreia dia 14 de setembro no Brasil, temos a história manjada: uma família que se muda para uma casa e coisas estranhas acontecem.
Belle (Bella Thorne) vive com a mãe Joan (Jennifer Jason Leigh), sua irmãzinha Juliet (Mckenna Grace) e o irmão James (Cameron Monaghan). A mudança para a nova casa seria para economizar dinheiro para ajudar a mãe a pagar pelos caros cuidados médicos que o irmão de Belle necessita, já que este está em coma.
Com a chegada no novo lar, o irmão esboça uma recuperação milagrosa e fenômenos acontecem (paredes com sangue, pesadelos recorrentes, janelas que fecham sozinha e aparições repentinas do cachorro assustado).
Belle começa a suspeitar que sua mãe está escondendo a verdade e, logo, percebe que acabou de se mudar para a infame casa de Buch, aquele que matou misteriosamente toda sua família em 1974. Alguém será invocado por forças do mal a matar todos do seu lar e Belle tem a missão de ser a grande heroína para os salvar.
Dirigido por Franck Khaltaun (Maniac e P2 – Sem saída) e produzido por Jason Blum, um dos produtores mais reconhecidos por filmes com temática sobrenatural (“Atividade Paranormal”, “A entidade”, “Jesabelle” e” Renascido do Inferno”). Com esta filmografia se espera um filme que te prenda na cadeira do cinema e acompanhe a sequência de boas estreias de filmes de terror assustadores de 2017. Correto?
Não!
Aguardem cenas com muitos gritos da irmãzinha, closes macabros no rosto do irmão em coma, o cachorro que late repentinamente, Belle passeando de calcinha pela casa e levando sustos nada convincentes.
A cena mais assustadora cita um dos momentos que os Lutzs passaram na vida real, com um enxame de moscas pela casa e que o diretor Khaltaun cita com grande efeito.
Jennifer Jason Leigh, que estava perfeita em sua atuação em “Os oito odiados” (Quentin Tarantino), é mal aproveitada e seu papel de mãe com problemas emocionais e defensora do filho “macabro”, é difícil de engolir.
Todos personagens são superficiais e o único ponto positivo do filme é que as coisas não demoram para acontecer.
Roteiro piegas, cansativo e o final resolvido de forma rápida e previsível. Em determinado momento, o colega de escola de Bella diz: “Filmes de terror são mais divertidos quando se assiste com amigos”. Talvez eu devesse ter visto com os meus, pois assistir esta sessão é como se nada acrescentasse na vida e nem é divertido.
Terror é para pular da cadeira e derrubar a pipoca com o susto. O filme, ao contrário, não assusta e, em muitos momentos, você se vê rindo de determinadas situações e atuações medíocres.
Nem a trilha sonora que, geralmente em filmes do gênero, são usados para criar o clima acontece. Aqui, ela é quase inexistente.
Podem se divertir os que acompanham a franquia original ou que se assustam com facilidade.
Durante a sessão me questionei: até quando essa casa Amityville dará frutos para outros filmes, sequências desnecessárias e de pouca qualidade? Sinceramente, parem por aqui.
Bella Thorne estará num próximo filme de terror (“Keep Watching”), que também se passará numa casa amaldiçoada. Veremos se neste iremos nos assustar com a mocinha em apuros, pois em Amityville o medo passou longe.
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