Um Limite Entre Nós concorre a quatro Oscars e evidencia a competência de Denzel Washington e Viola Davis.
Assisti em avant-première, a convite da Paramount Pictures, na última quinta-feira. Entrará em cartaz no dia 02.03.17.
O roteiro é uma adaptação da peça de teatro homônima que ganhou o prêmio Pulitzer.
Na Pittsburgh nos anos 50 Troy Maxson (Denzel Wasington) é um coletor de lixo, que reclama não ser motorista do caminhão de lixo, atribuição exclusiva de brancos. Carrega uma grande frustração: não ter se tornado um jogador da elite do baseball, também por preconceito.
Esse rancor é materializado pela proibição imposta ao filho de tentar a carreira no esporte para lhe evitar decepções. Como se trata de uma adaptação de uma peça, o filme é rico em falas. Troy (Denzel) e sua esposa Rose (Viola) dão um show de interpretação.
Denzel Washington, como diretor desse filme, é um excelente jogador de baseball. Talvez pelo tipo de roteiro, baseado numa peça de teatro, o filme expõe esse lado pobre nas filmagens.
A maioria das cenas ocorrem dentro e no quintal da casa, onde se constrói as “cercas” (Fences em inglês e título original do filme). Mas, como ator ele arrasou. Seria merecido ele ganhar para Melhor Ator. 
Ele nos envolve, no início, como um cara boa praça e depois vai mostrando um outro lado nada simpático. Para mim, o Oscar é dele.
Viola Davis está indicada, merecidamente, para os Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. É intensa e expressiva. Se em “Dúvida” foi indicada ao Oscar aparecendo alguns segundos, aqui ela teve mais tempo para apresentar sua competência.
Merecem destaque, também, o filho Cory (Jovan Adepo) e o irmão Gabriel (Mykelti Williamson), que é ferido na 2ª Grande Guerra e apresenta distúrbios mentais.
O filme concorre a quatro estatuetas douradas: Melhor Filme, Ator, Atriz Coadjuvante e Roteiro Adaptado.
É outro filme, dessa edição do Oscar, que apresenta o racismo como pano de fundo.
O mais importante é o que o protagonista nos apresenta: a vida com suas perdas e consequências. Já a esposa Rose, nos traz a resiliência como forma de superar os problemas da vida e do casal.
Não é favorito ao prêmio de Melhor Filme da Academia. Mas pode levar dois Oscar: Ator (Denzel Washington) e Atriz Coadjuvante (Viola Davis).
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